17 de abril de 2018 | 08:20

Taxa do cartão de loja é de até 875% ao ano, aponta Proteste

economia

Os juros do crédito rotativo cobrados no cartão de lojas, aquele oferecido pelo vendedor na boca do caixa como um crédito fácil e rápido, podem chegar a 875,25% ao ano, aponta levantamento feito pela Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.O levantamento, que avaliou 37 cartões de lojas de departamento, postos de combustíveis e supermercados no primeiro bimestre, constatou que, na média, os juros do rotativo desses cartões foi de 432,47% ao ano. Essa marca supera de longe a taxa média do rotativo ao ano 333,9% cobrada pelo cartão de crédito dos bancos em fevereiro, segundo o Banco Central (BC).”Não existe crédito fácil e barato”, diz Renata Pedro, especialista em crédito da Proteste e responsável pelo levantamento. Nesse caso, a facilidade de obter o dinheiro embute um risco e, portanto, um custo de inadimplência maior. Ela conta que a pesquisa incluiu três tipos de cartões: cartão de loja (private label), híbrido (cartão de marca própria que também tem função de crédito) e cartões emitidos por uma instituição financeira (cobranded).De acordo com a pesquisa, as taxas mais elevadas, coincidentemente a mesma de 875,25% ao ano, foram as das lojas Riachuelo com a Midway e dos supermercado Sonda, com a DMD Card.Procurada, as lojas Riachuelo informaram que desde abril do ano passado não oferecem mais crédito rotativo no cartão. Segundo a assessoria da empresa, se o cliente deixar de pagar o cartão na data, automaticamente ele recebe uma fatura parcelando a dívida com uma taxa de juros menor. Questionada, a empresa não especificou qual seria essa taxa. A rede de supermercados Sonda não retornou o pedido da reportagem até a noite de ontem.

Estadão
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