Foto: Divulgação/Arquivo
José Ronaldo é pré-candidato a governador pelo DEM 23 de abril de 2018 | 08:12

Ronaldo precisa de um vice para avançar, por Raul Monteiro*

exclusivas

Com os entendimentos entre os dois principais pré-candidatos da oposição ao governo, José Ronaldo, do DEM, e João Gualberto, do PSDB, suspensos, ou melhor, desenvolvendo-se mais no plano da vontade dos seus mais importantes aliados do que propriamente na prática, entre os dois, parece provável que aquele que conseguir montar a chapa mais consistente do ponto de vista da perspectiva eleitoral terá mais chances de galvanizar, de uma forma geral, as oposições, obtendo a confiança necessária para conduzir a todos numa chapa única à sucessão estadual.

Por agora, o que predomina é a avaliação, partilhada sobretudo pelos políticos mais experientes do grupo, de que, divididos entre duas candidaturas, os oposicionistas terão muito mais dificuldades de enfrentar o governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição, do que se conseguirem cerrar fileiras em torno de um único nome para fazer a disputa. Animado com a capilaridade que seu nome pode adquirir numa campanha majoritariamente, eventualmente levando-o à vitória, como projetando-o tanto para a sucessão estadual de 2022 como para a disputa municipal de 2020, o candidato do PSDB prefere, no entanto, tirar a prova numa pesquisa.

Por este motivo, mandou encomendar um levantamento interno para saber se o senso comum de que a unidade é o melhor caminho para o grupo tem base na realidade ou pode ser uma mero instrumento de pressão para que eventualmente seja forçado a recuar, principalmente para que não se lhe joguem nos ombros a responsabilidade por uma casual vitória do atual governador no primeiro turno das eleições. De posse dos números, Gualberto quer conversar com o seu próprio partido e os parlamentares que estão até agora coesos em torno de sua candidatura para decidir o que fazer.

Aparentemente mais bem posicionado para se transformar no pólo aglutinador oposicionista, principalmente devido ao apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e do de Feira de Santana, Colbert Martins Filho (MDB), cujas máquinas deverão começar a trabalhar em seu favor assim que a campanha, de fato, for iniciada, Ronaldo, enquanto isso, discute a montagem da chapa, capitulando à tese de que, se quiser andar mais rápido na direção da conquista da liderança do grupo, precisa, no entanto, encontrar um nome jovem, bem plantado e com inserção na capital baiana para colocar como candidato a vice em sua chapa.

O perfil cai como uma luva em pelo menos dois nomes da intimidade do prefeito ACM Neto. O primeiro, por óbvio, é o do atual vice-prefeito Bruno Reis (DEM), que, digerindo rapidamente a frustração de não ter se tornado prefeito de Salvador devido ao recuo de Neto em virar candidato ao governo, tem se esforçado como ninguém no trabalho político em favor do pré-candidato a governador do DEM. O segundo é o vereador Léo Prates, presidente da Câmara Municipal de Salvador, de talento reconhecido no grupo e já percebido por Ronaldo, mas, como o primeiro, refratário à idéia, que pode ser considerada o próximo e mais decisivo desafio de Ronaldo.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado originalmente na Tribuna da Bahia.

Raul Monteiro*
Comentários