Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Jovens universitários venezuelanos com o padre Kelmon Luis 30 de abril de 2018 | 14:17

Padre baiano resgata universitários venezuelanos em Roraima

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A Bahia também abriu suas fronteiras para receber os imigrantes venezuelanos que fogem da crise política, econômica e social provocada pelo chavismo no país vizinho. Pelo menos cinco jovens que viviam em condições subumanas em Roraima, principal porta de entrada dos imigrantes venezuelanos para o Brasil, aceitaram o convite do padre Kelmon Luis da Silva Souza, baiano de nascimento que atua em Pernambuco, e estão vivendo em Salvador sob a estrutura da Associação Theotokos (Mão de Deus), entidade filantrópica gerida pela Igreja.

Preocupado com os relatos que lhe chegavam sobre a situação de Roraima, onde já encontram 47 mil migrantes da Venezuela, o padre Kelmon Luis decidiu fazer uma visita ao Estado, acompanhado do secretário da Associação, e ao chegar numa Praça chamada Simon Bolívar constatou que o quadro era tão degradante e deprimente que achou que era necessário tomar uma atitude concreta e retomar um projeto de assistência universitária que mantinha em São Paulo, com o objetivo de resgatar alguns jovens estudantes venezuelanos que vagavam sem perspectivas no local.

Curiosamente, o projeto fora suspenso em São Paulo, conta padre Kelmon Luis, em decorrência de pressões e ameaças do PT por causa de um movimento que ele e o Bispo de Guarulhos lideravam contra o aborto. Retomado na Bahia, o projeto começa a atender também a jovens de Acajutiba, terra natal do religioso e passará agora a acolher inicialmente oito jovens venezuelanos, três dos quais ainda estão para se incorporar ao grupo, que completa sua segunda semana na capital baiana.

O pároco conta que, neste momento, eles estão se adaptando ao novo espaço, que está sendo organizado para que possam retomar suas vidas na Bahia. “Estamos fazendo ações como buscar um local para apreenderem português, identificando empresários para arranjar empregos”, afirma padre Kelmon, acrescentando que o objetivo é trazer mais pessoas. Ele reconhece que no Brasil existe um contingente enorme de jovens também precisando de ajuda, como os de Acajutiba, mas observa que não se pode fechar os olhos para o quadro de calamidade em que os venezuelanos estão vivendo em Roraima.

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