Foto: Divulgação/Arquivo
Prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho 16 de abril de 2018 | 07:21

Desafios esperam Colbert em Feira, por Raul Monteiro*

exclusivas

A decisão de José Ronaldo de renunciar a dois anos de mandato como prefeito de Feira de Santana para concorrer ao governo do Estado pelo DEM não apenas mostrou seu desejo de efetivamente se engajar na disputa, oferecendo a certeza aos aliados de que a candidatura é para valer, como abriu espaço na administração da cidade para a ascensão de Colbert Martins Filho (MDB), seu vice que se transformou em sucessor, um quadro político da melhor qualidade, de história de vida exemplar e discreta, sobre o qual começam a se voltar agora muitas expectativas com relação aos rumos que imprimirá à administração da segunda mais importante cidade da Bahia.

Sem dúvida, Colbert, assim como o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), será fundamental para esta etapa inicial da campanha de José Ronaldo, em que seu objetivo é mostrar que tem maior viabilidade eleitoral do que seu concorrente no campo oposicionista, o deputado federal e empresário João Gualberto, do PSDB, partido que dá mostras de querer construir um projeto próprio desde que perdeu a aposta de que poderia ser conduzido na disputa pelo governo do Estado pelo gestor da capital baiana. Contar com as máquinas municipais de Salvador e de Feira é um trunfo que diferencia Ronaldo de Gualberto.

Tanto quanto o prefeito de Salvador, que marchou para Feira e ungiu Ronaldo como o seu escolhido no dia seguinte à decisão de não disputar o governo do Estado, Colbert assumiu de público o compromisso com a campanha do antecessor no dia em que recebeu o cargo de suas mãos, na semana passada, na sede da Prefeitura, destacando de forma elogiosa não apenas a trajetória política do correligionário, como enfatizando a força da cidade de ambos como decisiva no desafio que o ex-prefeito assumiu de tentar unir as oposições e confrontar o projeto político do governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição.

A aposta no nome de Ronaldo, com o qual construiu uma relação de respeito e amizade política desde que ele retornou à Prefeitura pela segunda vez, em 2012, depois de terem superado antigas divergências, é, no entanto, apenas uma parte do imenso desafio que o próprio Colberto assumiu, ao ser guindado à condição de prefeito da cidade para um mandato que acaba em dois anos, mas lhe dá o direito à reeleição, uma condição capaz de produzir cobiça imensurável em muitas cabeças políticas. Não é o caso, porém, de Colbert, que além de não ter buscado influir na decisão de Ronaldo de se desincompatibilizar, não parece nem um pouco envaidecido com a nova posição.

Aliás, uma postura que se podia desde já esperar do feirense, cuja imersão na vida pública remonta à sua juventude, época em que Feira foi governada por seu pai, Colbert Martins, figura icônica não só de toda a região como da própria história política do Estado cujo mandato deixou grandes marcas na cidade. Apesar de ter se tornado mais conhecido por sua atuação parlamentar, em especial na Câmara dos Deputados, de onde ampliou sua inserção não só para o interior como para Salvador, Colbert exerceu vários cargos públicos executivos, experiência que lhe será importantíssima neste seu novo e desafiador momento político.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado originalmente na Tribuna.

Raul Monteiro*
Comentários