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Governador Rui Costa: atenção total aos planos de se reeleger governador 15 de março de 2018 | 11:04

Pragmático, Rui desmonta retórica do golpe, tão cara ao PT

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Ao tratar o “mistificado golpe” de Dilma Rousseff pelo devido nome de impeachment e admitir que o PT pode apoiar um presidenciável de outro partido no caso concreto de prisão do ex-presidente Lula, ontem, dia em que começaram a afluir a Salvador, para o Forum Social Mundial, o próprio e os principais líderes petistas, o governador Rui Costa mostrou que submeteu, definitivamente, a única pauta nacional da legenda à sua agenda local.

Isto quer dizer que Rui está 100% focado na sua reeleição, para a qual precisa dos partidos que, inclusive, apoiaram abertamente, citando o termo adequado que ele próprio empregou, o impeachment da ex-presidente, a exemplo do PSD, do PP e do PR, legenda que, a dia de hoje, está mais propensa a fazer uma aliança eleitoral com o prefeito ACM Neto (DEM) para a sucessão estadual do que permanecer na base do governo e apoiar sua reeleição.

A bem da verdade, não é de agora que Rui busca desvincular-se do PT. A estratégia foi colocada em prática logo no início do governo, quando o partido e suas principais lideranças, Lula entre elas, foram tragados pelas investigações da Lava Jato. Exatamente por isso Rui passaria praticamente incólume pelo desgaste em que a legenda mergulhou, buscando fortalecer a imagem de bom gestor, que não se contesta.

O governador só trairia a vinculação profunda com o partido por ocasião da votação do impeachment da aliada, que tentou ajudar por meio de sua bancada na Câmara, e, posteriormente, nos primeiros momentos do governo Michel Temer (MDB), a quem por vezes chamou de “golpista”. Uma articulação nascida no bojo do seu grupo, no ano passado, para ajudar o presidente contra uma denúncia da PGR em troca da liberação de recursos para a Bahia, reabilitou, no entanto, o pragmatismo do petista.

Na época, enfrentando a resistência de alguns deputados petistas, Rui deixou claro que não contassem com ele para brigas políticas e que sua prioridade era criar as condições para continuar governando bem o Estado. A negociação não foi à frente, os recursos acabaram garantidos pelo governo do Estado pela via judicial, mas estava ali forjada a imagem de que, apesar de ser mais gestor do que político, Rui não brinca quando o assunto é sua sobrevivência eleitoral.

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