Foto: Divulgação/Arquivo
Deputado federal Lúcio Vieira Lima, nova pedra no sapato de ACM Neto 08 de março de 2018 | 19:33

Com ida a convenção de Neto, Lúcio dá resposta negativa sobre saída do PMDB

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A ida do deputado federal Lúcio Vieira Lima à convenção em que o DEM elegeu ACM Neto seu presidente nacional, hoje pela manhã, em Brasília, provocando grande constrangimento no evento, foi interpretada como uma resposta provocadora e negativa do peemedebista aos apelos que vem recebendo para trocar o partido por um outro, menor, da base do prefeito, para concorrer à reeleição.

A saída de Lúcio do PMDB seria uma das exigências do prefeito ao seu grupo para que possa disputar a sucessão estadual. Interessado no tempo de televisão que o partido pode lhe proporcionar, mas preocupado com o desgaste que uma associação à marca Vieira Lima pode causar em sua campanha, Neto indicou a aliados nos últimos dias que a negociação da mudança partidária de Lúcio poderia ser uma boa saída.

Para não jogar o “ex-aliado” aos leões, no entanto, autorizou que correligionários o convencessem a filiar-se a uma legenda menor de sua base, com o compromisso de garantir-lhe a reeleição, essencial a que o peemedebista mantenha o foro nestes tempos de operações policiais contra políticos. Lúcio, no entanto, resiste à idéia por medo de ser traído e não conseguir se reeleger.

Ocorre que seu sucesso eleitoral é igualmente incerto, caso o PMDB seja excluído da coligação com o DEM, embora o maior prejudicado com a medida seja o candidato a governador das oposições, motivo porque operadores do prefeito acreditavam que o peemedebista ainda poderia ser convencido da mudança até sua repentina e surpreendente aparição na convenção do DEM, onde causou grande constrangimento.

“Quem criou esta situação ruim foram os Vieira Lima, com a história do bunker de R$ 51 milhões. Não é justo que prejudiquem a oposição agora com esta intransigência”, disse hoje a este Política Livre uma fonte ligada ao Thomé de Souza em Brasília logo após a celeuma provocada pelo “surgimento” do deputado peemedebista na convenção do DEM, onde ficou visivelmente isolado.

Segundo ele, o melhor seria Lúcio aceitar a proposta e “liberar” o PMDB, sob pena de ficar em situação ainda mais difícil perante a Justiça sem reeleição e foro. “O problema é que o cara não confia em ninguém”, relatou, lamentando o desgaste que tem sido causado no grupo oposicionista pela situação. A outra mais forte exigência de Neto para ser candidato parece ter sido, pelo menos em princípio, solucionada.

Deputados que circularam hoje na convenção diziam que, desde a madrugada, são de 90% as chances de o PR, partido aliado do governador Rui Costa (PT),  marchar com Neto (conforme antecipou mais cedo este Política Livre), o que também garantiria mais tempo de televisão para o democrata.

O compromisso dos republicanos é indicar o deputado federal Ronaldo Carletto (hoje no PP, mas em vias de se filiar ao PR) candidato ao Senado na chapa, além de acordarem participação num eventual futuro governo do democrata, em troca de apoio à candidatura do prefeito.

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