11 de março de 2018 | 10:11

Colômbia: FARC testam força como partido em eleições parlamentares

mundo

Os ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) enfrentam seu primeiro teste eleitoral hoje como um partido político nas eleições parlamentares, considerado como um indicador da força das diferentes facções do país dois meses antes das eleições presidenciais. Os analistas veem a votação do Senado e da Câmara dos Deputados como prova da viabilidade democrática das FARC, cujos lutadores entregaram suas armas no ano passado após um histórico acordo de paz e formaram um movimento político. Os ex-combatentes mantiveram a sigla para o novo partido. “As FARC estão em uma situação difícil”, disse Leon Valencia, ex-combatente que agora dirige a Fundação Paz e Reconciliação, um grupo de estudos. “Se eles tiverem um resultado muito baixo, como se espera, os representantes no Congresso terão o estigma de não serem representantes do povo”, disse Valência, referindo-se ao fato de que as FARC garantiram 10 assentos no Congresso de acordo com os termos do acordo de paz que encerraram mais de meio século de conflito. As ambições políticas do grupo foram prejudicadas pela recente decisão de remover seu candidato presidencial por razões de saúde. O ex-comandante rebelde Rodrigo Londono, mais conhecido por seu nome de guerra, Timochenko, foi operado com sucesso na semana passada e já havia sofrido um acidente vascular cerebral. Os ex-rebeldes também expressaram seu medo de irregularidades no processo eleitoral e mencionaram problemas na obtenção de fundos da campanha. Em alguns dos eventos da campanha em Londono, houve protestos. Os líderes das FARC disseram que, apesar desses “obstáculos”, eles esperam demonstrar que têm um futuro na paisagem política colombiana. “Há lugares onde as pessoas nos apoiam”, disse à Radio Caracol Pablo Catatumbo, ex-comandante das FARC, que agora aparece no Senado. “Existem muitas regiões do país onde nos receberam com grande entusiasmo, incluindo passeios a cavalo e desfiles em motocicletas”.

Estadão
Comentários