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Os pré-candidatos ao Senado Jutahy Magalhães Jr. e Jaques Wagner 17 de janeiro de 2018 | 10:46

Jutahy e Wagner ocupam espaço deixado temporariamente vago por Rui e Neto

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Com a estratégia do prefeito ACM Neto (DEM) de retardar o anúncio de sua candidatura ao governo para abril e a do governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição, de evitar se envolver em polêmicas, o espaço político na Bahia está sendo ocupado neste momento praticamente de forma exclusiva pelo ex-governador Jaques Wagner (PT) e o deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB), pré-candidatos ao Senado que deverão estar, respectivamente, chapa do petista e do democrata. No campo do debate, Jutahy leva vantagem pelo fato de ser o único nome definido até agora na virtual chapa de Neto para senador, apresentado por seu partido, o PSDB.

Tanto é que aproveitou a Lavagem do Bonfim para buscar a polarização com aquele que acredita será seu maior adversário na disputa: – “Terei mais votos do que Wagner”, afirmou o tucano ao chegar para o cortejo, produzindo uma marola que só não se tornou maior devido à habilidade do ex-governador de evitar morder a isca e respondê-lo diretamente. Como ainda não se definiu se sairá ao Senado ou à Câmara, Wagner preferiu rebater com outra provocação, mas a dirigiu ao prefeito ACM Neto (DEM), ao afirmar que todos os políticos aliados ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) pagarão um preço alto nestas eleições, numa alusão objetiva ao democrata.

Assessores do parlamentar do PSDB asseguram, no entanto, que Jutahy já prepara o arsenal com que pretende manter as provocações a Wagner a partir de agora, tornando o embate com ele incontornável. A percepção de que um cenário de polarização na disputa pelo Senado só ajuda quem o protagoniza levou o PSB da senadora Lídice da Mata a emitir ontem uma nota de apoio à reeleição de Rui Costa cujo principal objetivo, na verdade, foi dizer que ela está interessada também em concorrer à reeleição. Lembrando que foi Lídice quem sugeriu a Wagner concorrer ao Senado, o texto defende abertamente o seu nome e o do ex-governador para candidatos a senador na chapa do petista.

Com o movimento, diz um socialista a este Política Livre, pedindo a máxima reserva, Lídice quis antecipar sua disposição de concorrer de novo ao Senado para o caso principalmente de Wagner decidir disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, evitando que o espaço venha a ser pleiteado por uma legenda como o PR. “Lídice quis lembrar a estes senhores que está presente e viva”, completou a fonte, observando que a iniciativa do PSB ocorre também depois que o próprio governador anunciou que os parceiros de chapa do PT seriam, preferencialmente, o PSD, do senador Otto Alencar, e o PP, do vice-governador João Leão.

Para o conjunto dos partidos aliados a Rui, no qual se inclui o PSB, o PSD é visto, no momento atual, como o único partido da base governista do qual Rui não pode prescindir na chapa, dada a força e capilaridade que adquiriu no interior e o protagonismo assumido pelo seu virtual candidato a senador, o deputado estadual Angelo Coronel, que transformou-se num player político bastante influente desde que assumiu a presidência da Assembleia Legislativa, mostrando independência política e que, numa campanha, pode mais colaborar do que depender de Rui, como a arregimentação que fez para desfilar no própria Lavagem do Bonfim, reunindo quase 300 seguidores, demonstrou.

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