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Presidente do PMDB da Bahia, Pedro Tavares, em propaganda do partido, exibida na semana passada 26 de dezembro de 2017 | 10:30

PMDB tira Lúcio Vieira Lima de propaganda para ajudar em discurso de Neto

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A propaganda do PMDB baiano levada ao ar na semana passada, sem a participação do deputado federal Lúcio Vieira Lima, teve por estratégia também oferecer ao prefeito ACM Neto (DEM) discurso para justificar uma aliança com o partido na sucessão estadual, ao mostrar que a legenda não se resume ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, motivo de grande desconforto hoje entre estrategistas do democrata.

“Além de mostrar que o PMDB está num grande processo de transformação, o programa informou que o partido tem grandes lideranças”, disse um político peemedebista ao Política Livre, avaliando como prematuras as análises segundo as quais o prefeito estaria ponderando se deve ou não firmar uma coligação com o PMDB por causa do eventual impacto eleitoral dos problemas envolvendo a família Vieira Lima (ver aqui).

“O partido vive um novo direcionamento”, acrescentou. O mesmo político acredita que o maior problema do PMDB hoje é a junção da impopularidade do presidente Michel Temer com a situação das duas lideranças baianas, o que estaria provocando desconfianças na equipe do prefeito. Nos Estados em que o partido tem uma liderança forte e bem posicionada, o desgaste do governo federal é neutralizado, pondera.

“Aqui na Bahia, no entanto, é furo para todo lado”, admite o mesmo político. Outra liderança peemedebista avalia, no entanto, que, sem o PMDB na coligação para a disputa do governo, o prefeito perde até 3 minutos do tempo de televisão, além de recursos do fundo eleitoral. “Se ele (Neto) perder o PMDB, o governador Rui Costa (PT) fica com o dobro do tempo de TV dele”, avisa, admitindo que um dilema foi colocado no colo do prefeito.

A ausência de Lúcio na propaganda da legenda foi avalizada pelo próprio parlamentar. Investigadores suspeitam que ele teria ajudado o irmão a encobrir os R$ 51 milhões encontrados num bunker no bairro da Graça, descoberta da Polícia Federal que justificou a segunda detenção do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que já cumpria pena de prisão domiciliar em Salvador depois de ter sido encarcerado a primeira vez.

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