Foto: Divulgação/Arquivo
Ronaldo Carletto é um dos nomes que pode se desgarrar de Rui para integrar a chapa de Neto 23 de novembro de 2017 | 08:42

O primeiro esboço das chapas ao governo, por Raul Monteiro*

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A dois meses para o início de 2018, ano das eleições gerais, a formação das chapas dos dois principais candidatos ao governo baiano, o atual hóspede do Palácio de Ondina, Rui Costa (PT), e o prefeito ACM Neto (DEM), começa a ser articulada ou pensada por eles mesmos e quase todos os políticos que atuam tanto no governo quanto na oposição. As especulações seguem, naturalmente, os movimentos que se percebe nas duas lideranças e no ânimo dos aliados para permanecerem como tais ou mesmo migrarem de lado de forma politicamente oportunística, como sempre acontece.

Dos entendimentos ocorridos ou planejados até agora, é possível avaliar pelo menos uma diferença envolvendo Rui e Neto com relação à montagem dos grupos com que pretendem marchar para as eleições do ano que vem. Trata-se do número de candidatos realmente competitivos interessados nas vagas das chapas, que é maior no grupo hoje comandado pelo governador do que no do prefeito de Salvador, reflexo direto também da dimensão da coalizão, do ponto de vista numérico, com que ambos governam, respectivamente, o Estado e a capital baiana.

Das quatro vagas com que cada chapa deve contar – incluindo aí a do candidato ao governo -, já existem praticamente a postos pelo menos seis nomes do lado de Rui, enquanto que, no campo de Neto, já se escalaram três jogadores. Em ambos os grupos, a força de cada um deles, individualmente, está relacionada ao partido em que estão. Do lado de Rui, por exemplo, já é possível identificar articulando-se para a partida o ex-governador Jaques Wagner (PT), que deve sair a uma das vagas ao Senado, e o atual vice-governador, João Leão (PP), que pode concorrer ao mesmo posto ou disputar a outra posição de senador.

Os demais postulantes estão no PSD, onde o nome que tem despontado é o do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Angelo Coronel, figura que mais se fortaleceu no campo do governo desde a sua eleição para o comando do Legislativo estadual, no PR, ao qual deve ser filiar com o propósito de concorrer à posição de vice ou senador na chapa de Rui o deputado federal Ronaldo Carletto, no PSB da atual senadora Lídice da Mata, uma espécie de reserva técnica no grupo que pode ser colocada em qualquer posição. Do lado de Neto, já existem pelo menos três nomes garantidos, a começar pelo dele próprio.

Os demais são o deputado federal Jutahy Magalhães Jr., do PSDB, aliado de primeira hora do prefeito desde sua primeira eleição à Prefeitura, que deve ser indicado pelo partido ao Senado, e o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, que pode concorrer à vice ou à vaga de senador no DEM ou em outro partido que venha a apoiar Neto. A quarta vaga pode ser ocupada por algum nome do PMDB ou por alguém que eventualmente se desgarre do grupo do governador por falta de espaço, situação que pode ser protagonizada, segundo se especula, pelo próprio Ronaldo Carletto.

* Artigo publicado originalmente na Tribuna da Bahia de autoria do jornalista e editor Raul Monteiro.

Raul Monteiro*
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