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Medida, polêmica, está sendo vista como forma de contemplar aliados como o PR na chapa de Rui Costa 24 de novembro de 2017 | 11:05

Novo cenário pode levar aliados a pressionarem por saída de Wagner da chapa de Rui

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A confusão decorrente da indefinição nacional dos partidos com relação à sucessão presidencial, os números favoráveis ao prefeito ACM Neto (DEM) em pesquisas e o excedente de candidatos à chapa do governador Rui Costa (PT) passaram a produzir uma pressão sobre a articulação política dele para que reveja a indicação de mais um nome do PT ao seu lado na disputa.

O movimento atingiria em cheio o ex-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Jaques Wagner, cuja candidatura a uma das vagas ao Senado na chapa de Rui vinha sendo dada praticamente como selada pelos petistas desde que ele fez o aliado sucessor, num período em que o PT se renovava no comando do país e parecia não ver restrições à sua própria força política e eleitoral.

Ainda assim, a saída de cena de Wagner abriria espaço para uma disputa entre pelo menos dois partidos da base governista em torno da chapa. Até agora, eram dados como garantidos ao lado de Rui na sucessão o ex-governador, concorrendo a uma vaga ao Senado, o PP, do atual vice-governador João Leão, que deve tentar a reeleição ou disputar a outra vaga de senador, e o PSD.

O partido do senador Otto Alencar pode indicar o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Angelo Coronel, para uma das duas posições. O arranjo deixaria de fora, no entanto, o PR e o PSB, que não aceitam de bom grado a exclusão. Visando se fortalecer para disputar espaço na hora da montagem da chapa, o primeiro partido deve filiar o deputado federal Ronaldo Carletto (PP), que sonha com a candidatura ao Senado.

Já o PSB defende a reeleição da senadora Lídice da Mata ou sua manutenção na chapa como candidata a vice. Caso Wagner se retire de cena, as duas legendas devem brigar para emplacar seus respectivos representantes. “Essa pressão (pela saída de Wagner) é resultado da mudança cabal de conjuntura em relação à última eleição estadual, na qual o PT estava na crista da onda”, diz uma fonte governista.

E completa: “Hoje, o quadro é outro e vai exigir maturidade do partido do governador”. Segundo ele, esta seria uma forma de Rui não perder aliados, já que, conforme lembra, são fortes as especulações de que, caso não seja contemplado com uma candidatura ao lado do governador, o PR pode marchar para o prefeito ACM Neto (DEM), que também namoraria outros integrantes de partidos da base do governo.

Este Política Livre apurou que a idéia de Wagner deixar a chapa para acomodar um aliado e impedir seu “transfer” para o adversário não satisfaz o PT, que pode opor resistência à alternativa. Há ainda uma  dúvida entre os governistas, diz outra fonte ouvida pelo Política Livre, sobre se a saída de Wagner não pode enfraquecer a campanha de Rui. “Ele (Wagner) é maior do que o PT”, completa.

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