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O PP, de Cacá Leão, filho do vice-governador João Leão, virou alvo preferencial de ACM Neto no grupo do governador 24 de novembro de 2017 | 16:49

Nomeação de Baldy pode ter passado por acordo para PP apoiar Neto em 2018

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A notícia de que o deputado federal Cacá Leão, filho do vice-governador João Leão, estaria liderando um movimento pela aproximação entre o PP e o prefeito ACM Neto (DEM) com vistas à sucessão estadual de 2018 pode estar lastreda numa articulação maior que envolve o partido no plano nacional. Chegou há pouco a este Política Livre a informação de que do acordo que resultou na indicação do deputado federal Alexandre Baldy (sem partido-GO) para o ministério das Cidades fez parte um compromisso com a direção nacional do partido para que o PP baiano apóie a candidatura de Neto ao governo do Estado no ano que vem.

Baldy assumiu o ministério esta semana com o compromisso de se filiar ao PP numa operação comandada diretamente pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos maiores amigos do prefeito de Salvador na política nacional. Em Brasília, não há quem não saiba que Neto é a segunda pessoa a quem Rodrigo mais escuta depois do pai, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM). Pelos termos do acordo, o PP não teria alternativa senão se submeter a uma intervenção que desalojaria todos os seus membros que se insurgissem contra a decisão.

A informação confere com uma avaliação que se faz nos meios políticos de que, desde a desidratação do PMDB, com a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e a consequente fragilização política de seu irmão, Lúcio Vieira Lima, o prefeito de Salvador teria concluído que uma das formas de se fortalecer para a disputa é conseguir atrair para o seu lado um dos partidos importantes da base do governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição. O PP teria virado seu alvo preferencial porque, além de fazer parte da base do presidente Michel Temer (PMDB), de quem Neto é aliado, tem em Cacá Leão, na Bahia, um dos interlocutores frequentes do prefeito.

A condição para o entendimento com o partido se ampliou na mesma medida em que se fecharam os canais para um acordo com o PSD, onde o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Angelo Coronel, foi, durante muito tempo, tido como um nome que poderia fechar com a candidatura do prefeito. O namoro durou até o senador Otto Alencar, que controla o partido na Bahia, ter emitido sinais de que não havia possibilidade de entendimento com o grupo de Neto, ao qual passou a dirigir ataques e críticas, como a de que o prefeito seria o responsável pela suspensão de um empréstimo federal para o Estado.

“Neto sabe que para tornar sua campanha mais competitiva precisa quebrar o tripé em que a de Rui vai estar lastreada e que inclui, além do PT, o PP e o PSD”, diz uma fonte do PP a este Política Livre, garantindo não saber da existência de qualquer acordo nacional do partido no sentido do apoio ao prefeito, mas admitindo que a legenda, localmente, tem sido alvo de um verdadeiro assédio da parte do prefeito de Salvador. “Já disseram (no grupo de Neto) que (o vice-governador João) Leão pode ir para lá (para o time do prefeito) a hora que quiser com a posição na chapa que quiser, de vice ou senador”, completa.

Confrontado com a informação sobre o acordo, um membro da equipe de comunicação de Neto disse que não sabia de sua existência, mas insinuou que poderia estar associado à grande comemoração, na equipe do prefeito, que se seguiu à confirmação da indicação de Baldy para ministro das Cidades, onde estava um tucano, Bruno Araújo (PE), com quem o prefeito vinha mantendo uma relação de cooperação excepcional. “Fizeram uma festa como há muito eu não via. E isso,com certeza, não foi apenas porque (Rodrigo) Maia emplacou um aliado nas Cidades, porque Bruno também era aliado”, comentou.

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