19 de outubro de 2017 | 18:00

’Proibir baleiros de vender nos ônibus é uma crueldade sem tamanho’, afirma Marta

salvador

A vereadora Marta Rodrigues (PT) considerou, nesta quinta-feira (19), como extremamente cruel e descabida a tentativa das empresas de ônibus, com o aval da prefeitura de Salvador, de proibir a entrada dos baleiros e baleiras nos veículos. “É inacreditável que se retire mais esse direito de mães e pais de família que encontram nas suas guias a forma de sobrevivência”, afirma. Segundo a vereadora, a pesquisa do IBGE divulgada na quarta (18), mostrando que o número de pessoas trabalhando nas vias ou áreas públicas de Salvador passou de 32 mil para 61 mil, é um exemplo de que a rua tem sido uma saída para o desemprego. “Salvador é capital com maior número de desempregados do Brasil. E mesmo diante desse quadro absurdo, querem impedir os baleiros de trabalharem? É surreal essa política elitista da prefeitura. É muita crueldade”, pontua. Para Marta Rodrigues, os números da pesquisa do IBGE corroboram a necessidade de se instituir na capital baiana a Política Municipal de Economia Popular e Solidária. “É um ponto central para melhorar a situação dos soteropolitanos que estão desempregados. É uma alternativa para o desmprego. Através dessa política, fomentamos inclusão e geração de renda. Hoje, a trabalhadora e o trabalhador de rua vive com medo de ser preso pela Guarda Municipal e ter seu material apreendido. A prefeitura implanta a política do medo na cidade e nada faz para melhorar a situação do desemprego”, declara. No último dia 16, baleiras e baleiros saíram da prefeitura de Salvador em direção à Lapa aos gritos de “baleiro não é ladrão”. Uma das justificativas das empresas de ônibus, segundo Marta, é de que eles apresentam insegurança aos passageiros. “Isso é um discurso vazio muito utilizado pela elite quando quer justificar a higienização da cidade, a retirada do povo pobre de determinados espaços. A prefeitura pode aperfeiçoar a identificação desses trabalhadores, não só pelos coletes, mas por meio de crachás”, destaca.

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