Foto: Dida Sampaio / Estadão
Rodrigo Maia 19 de outubro de 2017 | 11:15

Maia se diz vítima de ‘intrigas’ do governo

brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na quarta-feira, 18, ao presidente Michel Temer que não quer indicar ninguém para o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nem vai aceitar cargos no governo. Convidado para uma conversa com Temer no Palácio do Planalto, após a tensão dos últimos dias, Maia se queixou das “intrigas” do governo contra ele e disse não estar sendo respeitado. A informação publicada pelo Estado de que o Planalto avalia substituir o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, emplacando no comando do banco um afilhado político de Maia, irritou ainda mais o deputado. A reunião entre Temer e Maia, fora da agenda oficial, ocorreu horas depois de o presidente almoçar com Rabello de Castro. “Querem passar a ideia de que estou atrás de cargos, o que não é verdade”, disse Maia ao Estado. “Se querem mudar, mudem, mas isso não é problema meu. Não estou pedindo a cabeça de ninguém.” Logo após o encontro, surgiram rumores de que o deputado havia participado da reunião para tratar do rito de votação da segunda denúncia contra Temer, por obstrução da Justiça e organização criminosa, no plenário da Câmara. Em nota oficial, Maia não escondeu a contrariedade com o que chamou de “versão” dos fatos e negou que a denúncia tenha sido objeto da conversa no Planalto. “Essa versão é falsa e quem a divulgou deve vir a público dizer por que o fez e com qual intenção”, escreveu Maia, ao sustentar que “o autor da falsa versão disseminada pelo Palácio do Planalto precisa repor a verdade dos fatos”. Nos bastidores, aliados do deputado dizem que ele atribui os vazamentos aos ministros Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil). Maia afirmou no comunicado que Temer o chamou ao Palácio “para esclarecer episódios recentes que deram margem a incompreensões”. Disse, em tom duro, que não havia sentido algum em tratar de rito processual de votação com o presidente de outro Poder, “muito menos quando é um deles que está sendo processado e julgado junto com seus ministros”.

Estadão
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