Foto: Rafael Arbex/Estadão
Prefeito tucano de São Paulo, João Dória 09 de outubro de 2017 | 11:18

Dória e sua ambição descem a ladeira, por Raul Monteiro

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Devem estar frustrados os políticos que, quer no PSDB, no DEM ou mesmo no PMDB, sonharam com a candidatura do prefeito tucano de São Paulo, João Dória, à Presidência da República, representando o “novo”. Pesquisa Datafolha divulgada este final de semana é, senão um balde de água fria na ambição do prefeito, um sinal de que ele vai ter forçosamente que melhorar o manejo da mídia, a partir de onde às vezes parece querer governar a maior cidade brasileira, para tentar retomar algum espaço na dura disputa por uma vaga de candidato à sucessão do presidente Michel Temer (PMDB).

Além da avaliação de Dória em São Paulo ter piorado desde junho – 32% consideram seu governo ótimo ou bom agora, ante 41% há quatro meses -, para 58% dos entrevistados em São Paulo ele não deveria deixar o governo local, enquanto 55% descartam votar no tucano em uma disputa pelo Palácio do Planalto. E, embora o adversário do prefeito no PSDB a seus planos de concorrer à presidência, o governador Geraldo Alckmin, tenha aprovação de 31% entre os paulistanos, praticamente a mesma do prefeito, a diferença é significativa quando se pergunta qual dos dois deve ser o postulante do PSDB ao comando do país.

Para 45%, Alckmin é o cara, ao passo que Dória é citado por 31%. O cenário vai se apresentando ainda mais desfavorável a Dória na medida em que parece esgotar a idéia de que o prefeito de São Paulo era genuinamente o novo, imagem decorrente da exploração do fato de, até a eleição para prefeito, não ter sido político. Curioso é que o tucano atribua a queda de sua avaliação em São Paulo à herança do petista Fernando Haddad, que deixou a cidade mais endividada do que a recebeu do antecessor, Gilberto Kassab (PSD), segundo levantamento do Tribunal de Contas dos Municípios. O fato de ter se abraçado ao presidente Michel Temer (PMDB) não foi levado em conta.

Com efeito, embora a sondagem não revele, deve ter sido este (o “amor” por Temer) o fato que colocou o prefeito em situação mais desvantajosa na disputa pela Presidência em relação ao governador Geraldo Alckmin. Afinal, não se tem conhecimento de que ninguém que tenha se vinculado ao peemedebista, o político mais impopular do país, tenha despontado como alternativa em qualquer pesquisa. Para completar, Dória começa a exibir seu lado, digamos, destemperado, quando ataca o ex-governador tucano Alberto Goldman, usando termos que partidários de ambos consideraram muito duros. Enfim, pelo visto, Dória…

Uma verdadeira dama

A Bahia perdeu no último sábado a ex-primeira-dama do Estado Arlete Magalhães. A TV Bahia, de propriedade da família Magalhães, fez uma reportagem honesta sobre sua figura simples, elegante, discreta e extremamente gentil, que era uma verdadeira unanimidade na sociedade baiana, mesmo entre aqueles que não a conheciam de perto. Entre os diversos depoimentos sobre ela que enriqueceram a matéria, despontou o do empresário ACM Jr., um de seus filhos, que falou sobre seu legado de mãe e mulher de forma, embora emocionada, bastante equilibrada em momento particular tão difícil.

* Artigo publicado originalmente no jornal Tribuna da Bahia

Raul Monteiro
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