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A JBS é considerada a 'joia da coroa' do grupo J&F, pois soma R$ 170 bilhões dos R$ 185 bilhões de faturamento que o grupo contabilizava ao fim de 2016 21 de outubro de 2017 | 09:00

Após mudança no corpo executivo, JBS faz ‘dança das cadeiras’ no conselho

brasil

Depois de trocar boa parte de seu corpo executivo em função da prisão dos empresários Joesley e Wesley Batista, seus principais sócios, a gigante dos alimentos JBS agora promoveu uma mudança que reorganizou o conselho de administração da companhia. A empresa anunciou nesta sexta-feira, 20, a renúncia do presidente do conselho, Tarek Farahat, a posse de dois representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a entrada de Wesley Batista Filho na composição do colegiado. O substituto de Farahat na presidência será Jeremiah O’Callaghan, atual diretor de relações com investidores da JBS. A entrada de Wesley Filho – que atualmente comanda a operação brasileira da gigante dos alimentos – foi permitida pela saída do conselheiro Norberto Fatio, que era apresentado pela JBS como um membro independente do colegiado e também pediu para deixar a função. Indicados para representar o BNDES no conselho, Cledorvino Belini (ex-presidente da Fiat) e Roberto Ticoulat (do Conselho Brasileiro de Empresas Exportadoras e Importadoras) preenchem as cadeiras do banco público, segundo maior sócio da JBS, que estavam vagas desde o último dia 9, quando a advogada Claudia Santos deixou o posto. A JBS é considerada a “joia da coroa” do grupo J&F, pois soma R$ 170 bilhões dos R$ 185 bilhões de faturamento que o grupo contabilizava ao fim de 2016. A J&F vem se desfazendo de outros negócios, como Alpargatas, Vigor e Eldorado. Balança de poder. Historicamente, os membros do BNDES no conselho da JBS sempre acompanharam os votos dos acionistas controladores, que hoje têm 21% dos papéis. Ao longo do último ano, no entanto, o banco passou a contestar as decisões dos Batistas. Com apenas duas cadeiras no colegiado, o poder do banco de fomento é considerado limitado, segundo fontes de mercado. O atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, tem criticado publicamente a JBS e seus acionistas na mídia – em algumas ocasiões, chegou a ameaçar ir à Justiça contra decisões da companhia. No meio dessa queda de braço, uma fonte próxima à JBS disse que a entrada de Wesley Filho no conselho é mais um passo para a reorganização rápida da liderança da empresa de alimentos. À medida que Joesley e Wesley Batista ficam mais tempo na cadeia – eles estão presos há cinco semanas –, o consenso é de que o retorno de ambos a cargos importantes no grupo fica inviabilizado. Segundo apurou o Estado, Tarek Farahat avisou há pouco mais de uma semana que preferia deixar a presidência do conselho. De acordo com pessoas próximas à JBS, ele estaria inseguro de seguir no posto, porque a companhia passa por uma posição delicada, o que acaba implicando em riscos aos executivos. Procurado, Tarek não foi encontrado nesta sexta-feira. A avaliação de pessoas próximas à família Batista é que o risco de nova debandada agora é baixo – o que traria uma estabilidade à empresa.

Estadão
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