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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso 19 de setembro de 2017 | 15:45

Para Barroso, é preciso concluir investigações antes de ‘virar a página’

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu nesta terça-feira, 19, a conclusão das investigações dos casos de corrupção do País antes de “virarmos a página”. “Se virarmos a página antes de fatos relevantes terem sido concluídos, analisados, não nos beneficiaremos das lições que a história pode nos trazer”, afirmou em palestra na 8.ª Conseguro, feira do setor de seguros promovida pela Confederação Nacional das Empresas Seguradoras (CNseg), no Rio. Na quarta-feira, 20, o plenário do STF decide se acata recurso da defesa do presidente Michel Temer (PMDB) que pede suspensão da análise da segunda denúncia contra o peemedebista até que novos áudios de delatores do grupo J&F juntados aos autos sejam totalmente analisados. A denúncia contra Temer chegou ao STF na quinta-feira, 14, mas o relator, ministro Edson Fachin, já havia decidido que o plenário deve dar a última palavra sobre a solicitação dos advogados de Temer. O ministro do STF destacou que a corrupção que houve no Brasil não foi fruto de alguns equívocos pessoais e envolveu diversas esferas da sociedade, como a iniciativa privada e partidos políticos, se tornando um fenômeno que se irradiou a ponto de ser naturalizado. “Foi um pacto oligárquico de saque ao Estado, que envolveu a iniciativa privada”, disse o ministro. Apesar da gravidade do quadro, o ministro do STF afirmou não ter se deixado contaminar pela onda de negatividade que atingiu o País. “Derrotamos a ditadura, a inflação, a pobreza extrema. Não há por que achar que a corrupção seja um desafio que não possamos vencer. A fotografia do momento brasileiro pode não ser particularmente inspiradora, mas gostaria de dizer que o filme é um filme bom. E se nós acertamos o passo vai ter um final feliz”, afirmou.

Estadão
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