Foto: Rafael Arbex/AE
23 de setembro de 2017 | 07:29

DEM avalia Doria em candidatura própria

brasil

Aliado do PSDB desde o primeiro mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o DEM decidiu que não será mais linha auxiliar dos tucanos na disputa pelo Palácio do Planalto em 2018. Segundo um integrante da sigla, foi com essa premissa que a cúpula do partido desembarcou nesta quinta-feira, 21, em São Paulo para um jantar na casa do prefeito tucano João Doria. No momento em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), é o fiador da estabilidade política do governo federal e espera ampliar a bancada de 31 para 50 deputados na Câmara, o DEM passou a ver em Doria um caminho para o protagonismo. No encontro, segundo relato de participantes, o prefeito se apresentou abertamente como pré-candidato, embora tenha o tempo todo ressaltado o “respeito e a amizade” ao governador Geraldo Alckmin, seu padrinho político. Também pré-candidato, Alckmin recebeu o DEM em um jantar em julho. Na ocasião, a divulgação de que a reunião seria uma sinalização de apoio ao projeto do governador irritou Maia, que negou publicamente.Dessa vez, o tom foi outro. “Se essa fosse a decisão do PSDB, e se o DEM não tivesse candidato, qual seria a melhor opção que não apoiar Doria?”, disse o presidente da Câmara a jornalistas antes do jantar.Em caráter reservado, duas lideranças do DEM que estiveram no jantar fizeram a mesma avaliação: Doria seria no DEM um candidato mais competitivo que Alckmin no PSDB. Por essa análise, o eleitor, hoje, não embarcaria em uma candidatura “burocrática” e “convencional”. Além disso, se apoiar Alckmin, o DEM novamente será coadjuvante. Quando questionado nesta sexta-feira, 22, por jornalistas sobre o encontro com o DEM, o prefeito de São Paulo desconversou. “Foi um bom jantar. Falamos muito sobre a proteção ao Brasil, agora que a economia começa a se recuperar”, disse. Além de Maia, também estavam presentes o prefeito de Salvador, ACM Neto, o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). Quando questionado se ficou feliz com a declaração de Maia, o prefeito respondeu: “Fiquei. Quem não ficaria feliz com uma declaração dessas?” Doria negou, porém, que a sucessão presidencial tenha sido tema do jantar.

Estadão
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