Foto: Reprodução/Conselho da Justiça Federal
Francisco Barros Dias 30 de agosto de 2017 | 13:15

PF prende desembargador por propina de R$ 150 mil

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O desembargador aposentado Francisco Barros Dias foi preso preventivamente nesta quarta-feira, 30, pela Polícia Federal na Operação Alcmeon – investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças no âmbito do Tribunal Regional Federal da 5. Região (TRF5), sediado no Recife. Segundo os investigadores, ele teria recebido R$ 150 mil em 2012 para soltar um dos alvos da Operação Pecado Capital, Rychardson de Macedo. O magistrado também teria liberado bens bloqueados de Macedo. A Pecado Capital investigou fraudes no Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte. Barros Dias teria recebido o dinheiro no pátio de estacionamento da Corte federal. Barros Dias é mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com mais de 30 anos de experiência na área jurídica ele é desembargador federal emérito do TRF da 5.ª Região e ex-promotor de Justiça. Professor da UFRN foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral/RN em três mandatos. Exerceu, como juiz federal, a Direção do Foro da Seção Judiciária do RN por vários anos e o cargo de corregedor-geral da 5.ª Região nos exercícios de 2013 a 2015. Outro desembargador, Paulo Gadelha, já falecido, teria recebido R$ 100 mil, também para votar pelo habeas de Macedo. Operação Alcmeon, baseada em Natal, tem lastro em delações premiadas, escutas telefônicas e ambientais e resultado da quebra de sigilo bancário e fiscal de investigados. A PF destaca que o desembargador Barros Dias não teria respeitado o período de quarentena – três anos – quando deixou a magistratura e passou a advogar. A investigação indica que o desembargador teria captado clientes para obtenção de vantagens no tribunal. Cerca de 70 policiais federais foram às ruas para cumprir 23 medidas judiciais, sendo dois mandados de prisão preventiva, oito mandados de condução coercitiva e 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal, Mossoró/RN e Recife/PE.

Estadão
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