17 de agosto de 2017 | 17:45

Lobista diz que preocupação de empreiteiros em CPI comprada era Álvaro Dias

brasil

O lobista e operador de propinas Fernando Antonio Soares Falcão, o Fernando Baiano, afirmou nesta quarta-feira, 16, em juízo que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra (senador morto em 2014) garantiu a empreiteiros que resolveria o “problema” com o senador Álvaro Dias (ex-PSDB e PV, atual Podemos), no acerto de R$ 10 milhões de propinas para barrar a CPI da Petrobrás, de 2009. Delator da Operação Lava Jato, ele foi ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, em Curitiba, em dois processos contra executivos das empreiteiras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia – um deles, o repasse de R$ 10 milhões para o PSDB. Aberto em 2016, o processo decorre da revelação do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, que em 2014 confessou cobrança de R$ 10 milhões do ex-presidente do PSDB, para enterrar a CPI da Petrobrás – concluída sem punições, em 17 de dezembro de 2009. Guerra e Álvaor Dias faziam parte da Comissão, que teve 11 membros – três integrantes eram da oposição e acusaram o governo de impedir as apurações. Fernando Baiano voltou a detalhar como foi o acerto, em uma reunião em escritório emprestado pelo lobista no Rio. No encontro filmado foi selado o pagamento com o então presidente do PSDB, com o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) – alvo de apuração no Supremo Tribunal Federal (STF) – e dois executivos da Queiroz Galvão e da Galvão Engenharia. “Nessa reunião foi tratada de uma ajuda de campanha para o PSDB. E por essa ajuda de campanha, o senador Sérgio Guerra faria um trabalho junto ao partido dele para que a CPI não fosse adiante ou não tivesse os efeitos que fossem ruins para a Petrobrás e para as empresas que estavam sendo investigadas”, contou Fernando Baiano. “Uma preocupação que houve nessa reunião foi em relação a atuação do senador Álvaro Dias. Inclusive foi falado ‘ah, porque ele está pressionando muito’. Ele fez ‘não, em relação ao Álvaro Dias não se preocupe que a gente vai resolver, isso é uma preocupação nossa, a gente resolve’. E ficou acertado isso, que ele (Guerra) resolveria e que esse acerto (de R$ 10 milhões) seria feito pela Queiroz Galvão.” Leia mais no Estadão.

Estadão
Comentários