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Deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) 24 de julho de 2017 | 06:55

Relator da reforma política, Vicente Cândido é ‘cartola’ da CBF

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Em fevereiro do ano passado, os principais líderes sindicais do PT se reuniram em São Paulo para organizar a defesa política da presidente Dilma Rousseff e denunciar “o golpe” que, segundo eles, estaria sendo tramado por seu vice, Michel Temer. Apesar do clima exaltado, um dos oradores presentes, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) causou espanto ao pedir a palavra para defender a legalização dos cassinos no Brasil. Após a fala, um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. O episódio ilustra bem o perfil do petista escolhido por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para assumir relatoria da reforma política. Há alguns dias, Cândido ganhou destaque no noticiário nacional após o Estado revelar que ele incluiu no projeto uma emenda que impediria a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições. Ou seja: sob medida para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se articula para disputar o Planalto em 2018. “Lula nem sabia (da emenda). Ficou sabendo pelo Estado. Não achei relevante”, disse o deputado. Integrante do Campo Majoritário petista, Cândido, porém, é classificado pelos colegas do Congresso como alguém “pragmático” e “bem relacionado” com o campo governista. Em parte, um estranho no ninho petista. “Ele foi escolhido relator devido ao trânsito que tem com os partidos conservadores”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que foi companheiro de Cândido nos tempos que era do PT. Diretor de Relações Internacionais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cargo pelo qual recebe um salário de R$ 35 mil mensais (que se somam aos R$ 33,7 mil do salário de parlamentar), Cândido é também um dos líderes da chamada “bancada da bola”. Até o ano passado o petista era sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, em um escritório de advocacia. O dado curioso é que a sociedade começou em 2007, quando Cândido se formou em direito. No mesmo ano ele foi nomeado vice-presidente regional do ABC na Federação Paulista de Futebol, então dirigida por Del Nero.

Estadão
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