Foto: Ag. Brasil/Arquivo
Presidente Michel Temer está se transformando num fardo para quem tem planos presidenciais ou estaduais em 2018 06 de julho de 2017 | 08:47

Preocupação com 2018 começa a afastar PSDB, DEM, PSB e PSD de Temer

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A preocupação com a sucessão do ano que vem, inclusive nos Estados, é o que pode estar levando os partidos da base a repensarem seu apoio ao governo, abrindo caminho para que a denúncia do Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB) seja aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, iniciando seu afastamento do cargo.

A despeito da facilidade com que se relacionam com Temer, um doce comparado à antecessora, Dilma Rousseff (PT), os partidos acreditam há um limite até onde podem carregar um presidente que está se transformando num verdadeiro fardo devido às acusações, ao cerco do Ministério Público Federal e à campanha que a Rede Globo tem feito ostensivamente contra ele em todo o seu noticiário.

Estariam envolvidos na avaliação de que não podem ser enterrados com o presidente, sepultando seus planos estaduais e presidencial para 2018, partidos como o PSDB, que já anunciou o plano de desembarcar do governo, o Democratas, e as alas governistas do PSB e do PSD, que excluem, respectivamente, nomes como os dos senadores pela Bahia Lídice da Mata e Otto Alencar, aliados do governador Rui Costa (PT).

“Ninguém quer ser golpista, ninguém tem problema com Temer, mas existe uma compreensão geral de que vai chegar-se a um limite que não dá para carregar (o presidente) por conta de 2018, inclusive dos projetos estaduais”, diz ao Política Livre um importante deputado do DEM com acesso direto ao Planalto. Ele garante que, para o partido do sucessor natural de Temer, Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara, a questão não é ter mais poder agora com sua eventual ascensão.

“A nossa preocupação não é a de ter mais poder, não é a de estar numa posição mais próxima no governo, mas a de como ajudar a manter Temer pode nos desgastar a todos por ocasião da campanha do ano que vem, favorecendo imensamente o PT”, completa o parlamentar, acrescentando que o Democratas não vai assumir “uma postura de golpismo, mas também não será uma tábua de salvação do governo”.

Ele  acredita ainda que, apesar de anunciarem seu repúdio ao presidente e defenderem o “Fora, Temer”, no fundo, petistas como Jaques Wagner desejam a manutenção do peemedebista, já que avaliam que, além de tirar o foco do PT, a ampliação do seu desgaste favorece imensamente os planos de retorno do ex-presidente Lula e os projetos do partido nos Estados onde deseja o governo ou já possui governador apto à reeleição, como na Bahia.

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