24 de julho de 2017 | 10:10

Maduro exige que oposição não proteste durante votação de Constituinte

mundo

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, exigiu que seus adversários políticos permitam que a população do país se expresse no dia 30 de julho a fim de eleger em paz os membros de uma Assembleia Nacional Constituinte, que tem como missão reescrever a Constituição venezuelana. “Exijo que a oposição tenha um pouquinho de honra e respeite o direito dos venezuelanos de votar neste 30 de julho sem violência”, disse o presidente, em um programa dominical de rádio e televisão.Dirigindo-se ao presidente da Assembleia Nacional, o deputado opositor Julio Borges, Maduro expressou que “temos grandes diferenças, mas se você tem a liderança política neste momento histórico, assuma a responsabilidade. Retifiquem a tempo e chegaremos a um acordo de paz e convivência para que este país siga em frente”.O comentário de Maduro foi feito horas depois que o deputado Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional e que falou em nome da coalizão de oposição, disse que, em relação à Constituinte, o povo venezuelano “já decidiu”, na consulta popular de 16 de julho, e “não permitirá” que se instaure “um comunismo” em solo venezuelano. Em uma coletiva de imprensa, Guevara deu ênfase ao chamado da oposição para uma greve geral de 48 horas entre quarta e quinta-feira desta semana, assim como outros protestos nos próximos dias, como parte de uma campanha denominada “Hora zero” e com a qual a oposição busca intensificar as pressões contra o governo Maduro. A impopular administração enfrenta, desde o fim de março, uma onda de manifestações quase diárias que deixaram, até o momento, ao menos 97 mortos.Maduro afirmou que a eleição dos membros de uma Assembleia Constituinte se realizará tal e como previsto, porque é “necessário, justo e constitucional”, embora os “governos de coalizão de direita e pró-imperialistas da oligarquia da Colômbia, do Peru, entre outros, em um só coro repitam o que diz o Departamento de Estado dos Estados Unidos” contra a iniciativa.

Estadão
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