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Antonio Imbassahy, ministro das Relações Institucionais 12 de junho de 2017 | 07:33

Imbassahy luta por Temer no PSDB, por Raul Monteiro

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Murista como de costume, o PSDB vive seu mais recente dilema, provocado pela fragilidade do governo Michel Temer (PMDB). Metade da bancada do partido quer deixar o peemedebista, outra metade quer ficar e uma parte quantitativamente menor do que os dois lados ainda está indecisa quanto a manter ou retirar o apoio ao presidente, que vive, literalmente, a cada dia uma nova agonia. O temor dos tucanos é um só: arcar com o desgaste do governo, com suas repercussões para 2018, como se já não estivesse atrelado completamente ao redevivo Temer.

A bem da verdade, os tucanos, especialmente os parlamentares mais jovens da agremiação, ala em que o desejo de deixar o governo é mais forte, não imaginavam que Temer seria colhido por um grampo e, posteriormente, gravações de auxiliares e delações que o colocariam praticamente na porta de saída do Palácio do Planalto. Quando se decidiram pelo embarque no governo, não tinham lá maiores admirações pelo presidente, mas praticamente não viam escolha, já que haviam ajudado no impeachment da inimiga maior, a representante petista Dilma Rousseff.

Era, portanto, uma questão fundamentalmente de responsabilidade com a administração que se iniciava e com o país que se herdara, na esteira de um processo político bastante delicado, a qual seria recompensada, em contrapartida, com pelo menos quatro ministérios. No momento em que Temer enfrenta o seu momento mais difícil, tendo se transformado num sobrevivente político, o PSDB passa a ser cobrado ante o que uma mudança de atitude sua pode provocar, uma vez que o chamado Centrão, aquele mesmo que havia se agrupado em torno do ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já se articula para ocupar o seu espaço.

Colocar essa turma no colo de Temer é tudo que o país, ainda sob os efeitos da mais severa crise econômica de sua história, definitivamente não merece, responsabilidade também que, com certeza, recairá sobre os ombros tucanos. Da Bahia, o presidente tem contado com um apoio da mais alta relevância dentro do PSDB. Trata-se do tucano Antonio Imbassahy, ministro das Relações Institucionais, que, na tarefa de coordenador político do governo, tem feito o que pode para evitar a debandada tanto dentro do seu partido quanto entre outros aliados.

Junto com o chanceler Aloysio Nunes Ferrera, Imbassahy forma a dupla tucana dentro do governo que busca, a todo custo, mostrar que sair pode ser muito pior do que ficar, inclusive, ante a hipótese, na qual acredita, de o governo se recuperar, a despeito dos fatos desabonadores contra o presidente que pipocam e da campanha explícita que tanto o Ministério Público Federal quanto a Rede Globo têm feito contra a permanência de Temer no Planalto. Não é por outro motivo que, em Brasília e na Bahia, Imbassahy é considerado o homem de Temer.

* Artigo publicado originalmente no jornal Tribuna da Bahia

Raul Monteiro*
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