22 de junho de 2017 | 11:50

BC: fator de risco principal é incerteza sobre velocidade de reformas e ajustes

economia

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 22, pelo Banco Central reforçou a avaliação da autoridade monetária de que o aumento da incerteza sobre a velocidade do processo de reformas e ajustes na economia é o “fator de risco principal” na condução da política monetária. “Isso se dá tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo, quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação”, afirmou o documento. O Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu que os efeitos dessa incerteza sobre a trajetória da inflação se transmitem por dois canais. Por um lado, a continuidade de níveis elevados de incerteza sobre a evolução das reformas e ajustes econômicos pode impactar negativamente a atividade econômica, ou seja, tendo impacto desinflacionário. Por outro lado, a incerteza sobre a formação de preços e sobre as estimativas da taxa de juro estrutural podem atuar na direção oposta. “Existe também a possibilidade de os efeitos se compensarem e a trajetória prospectiva da inflação não ser impactada”, completa o RTI. Por isso, o documento reitera que não há relação direta e mecânica entre o aumento de incerteza e a política monetária. Além disso, a flexibilidade do regime de metas para a inflação permitiria ao Copom adequar o ritmo de suas decisões aos possíveis cenários prospectivos.O Copom repetiu então que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das projeções e expectativas de inflação, da atividade econômica, do balanço de riscos, mas também das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira.”O Comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas”, reforçou o BC.

Estadão
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