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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia 28 de maio de 2017 | 08:36

‘Se o impasse se prolongar, o Brasil é que sofrerá’, diz presidente da OAB

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No começo da noite da quarta-feira passada, entre um chimarrão e outro trazido pelo garçom, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, vivia, em seu amplo e movimentado gabinete, a forte emoção de comandar um segundo pedido de impeachment de presidente da República no período de um ano e quatro meses. “Ninguém em sã consciência pode comemorar um fato como este”, disse, em seu forte gauchês. “Eu lamento, me dói muito, mas a OAB tem que cumprir as suas responsabilidades.” Na quinta-feira à tarde o pedido do Conselho Federal da OAB, respaldado por 25 votos a 1, foi protocolado pelo próprio Lamachia, e uma grande e animada comitiva, na secretaria da Câmara dos Deputados. Era o 13.º entre os que pedem o impeachment do presidente Michel Temer por crime de responsabilidade – cometido, segundo argumentam, durante a conversa com o empresário Joesley Batista, por este gravada. Todos os pedidos esperam uma decisão do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), forte aliado do presidente da República. Não está no horizonte que ele vá aceitar qualquer dos pedidos. “Se o impasse se prolongar, o Brasil é que sofrerá”, disse Lamachia. “O presidente da República está politicamente muito fragilizado.” O presidente da OAB soube da gravação da conversa entre o empresário e o presidente Michel Temer no começo da noite do dia 17, uma quarta-feira. Estava em Maceió, na abertura da conferência estadual da OAB, quando mensagens instantâneas começaram a matraquear em seus dois celulares. “O presidente vai cair”, dizia uma. “O presidente vai cair”, dizia outra. “Fiquei muito apreensivo, até porque os fatos noticiados naquele áudio eram de extrema gravidade”, contou Lamachia. Cancelou a agenda em Maceió, voltou no dia seguinte para Brasília, e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o levantamento do sigilo das delações da JBS. Leia mais no Estadão.

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