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Para bancada, Zé Neto tem feito o que pode, mas não possui "instrumentos" para impedir a rebelião 26 de maio de 2017 | 11:40

Para governistas, substituir Zé Neto não vai melhorar crise na Assembleia

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Ao avaliar a possibilidade de substituir seu líder na Assembleia Legislativa, Zé Neto (PT), por causa da rebelião silenciosa na base que impede as votações na Casa há mais de 30 dias, o governo busca tratar a doença e não a sua causa, dizem deputados governistas consultados por este Política Livre.

Para eles, Zé Neto está longe de ser o responsável pela crise. “Sem dar as condições (para que o líder trabalhe), não tem porque trocar. Agora se der, aí você pode cobrar do líder, ver se ele é o problema”, diz um deputado da base, avaliando que o petista tem sido vítima “da baixa atuação política” do governo na Casa.

Segundo ele, qualquer um na posição do líder enfrentaria as mesmas dificuldades, uma vez que o problema é o governo entender que os deputados precisam de “carinho”. O parlamentar refere-se principalmente à não liberação dos recursos relativos às emendas impositivas dos deputados, que não saem do papel desde 2015.

Pelos cálculos de um outro deputado, o governo deve cerca de R$ 2,7 milhões a cada deputado em emendas. “É recurso que, injetado nos municípios abatidos pela crise vira uma fortuna. Imagine uma via construída, uma ambulância comprada, qualquer obra é uma dádiva neste momento”, afirma ele.

Um deputado petista como Zé Neto afirma que “com uma crise dessa, se um deputado conseguir colocar um milhão no município, é a única coisa que o prefeito terá”. Para ele, “meu governo” sofre de um problema seríssimo, ao qual dá o nome de a “Síndrome de Paulo Souto em 2006”.

Em sua avaliação, a articulação política do governo Rui Costa passou a fazer uma avaliação, em sua análise equivocada, de que, “realizando um governo bom, os políticos virão por gravidade”. Para ele, o caso Paulo Souto mostra que a articulação de Rui não poderia estar fazendo avaliação mais equivocada do processo.

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