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Wagner deu polêmica e comprometedora declaração num programa de televisão na Bahia 10 de maio de 2017 | 10:38

Oposição quer que MP investigue declaração de Wagner sobre propina em seu governo

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A bancada de oposição na Assembleia avalia seriamente a possibilidade de uma representação ao Ministério Público Estadual pedindo que investigue as declarações do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, de que em seu governo “alguém” negociou propina. As declarações foram dadas por Wagner ao rebater acusações de que havia recebido U$ 12 milhões da Odebrecht em vantagens indevidas, segundo delatores da Lava Jato.

“Pergunta à Odebrecht e a Cláudio Melo [ex-diretor de relações institucionais da empreiteira] por que ele não pegou a obra da Via Expressa. Ele não pegou porque alguém do meu governo, que não me interessa falar, parece que já tinha vendido a ele a obra na contrapartida de alguma grana. E eu digo: se você pagou adiantado, pagou mal pago, porque aqui vai ter licitação”, relatou Wagner durante o programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM, na última segunda-feira (8).

Segundo ele, a licitação ocorreu e o valor da obra caiu em 18%. A afirmação do governador deixou a equipe de jornalistas que participava do programa estupefacta. “Alguém tentou dar uma acertada”, completou o ex-governador. “Um corrupto”, comentou um jornalista. “Eu imagino que sim. Ia receber uma bola”, completou Wagner. Questionado pela turma, ele disse que o propineiro não faz parte do governo atual, de seu sucessor Rui Costa (PT), que o nomeou secretário.

“A pessoa não aprontou mais porque eu não deixava. Eu descobri porque Cláudio Melo veio falar comigo e disse que interpretou que a obra era deles”, afirmou o petista. A oposição quer que o MP exija de Wagner o nome do cidadão acusado de receber a propina, já que ele disse que “ele não aprontou mais porque eu não deixava” e, fundamentalmente, porque não o denunciou, já que, como governador, conforme o seu próprio relato, teria incorrido em crime de prevaricação ao omitir-se.

“Dizer que o cara não roubou mais porque ele não deixou não é explicação para o mandatário máximo do Estado. Ele (Wagner) tinha que ter, além de demitido o cidadão, denunciado sua prática à Polícia e ao Ministério Público”, afirma um deputado oposicionista empenhado em discutir com os colegas de bancada o pedido ao MP.  “Wagner meteu-se numa verdadeira enrascada”, diz outro deputado da oposição.

 

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