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Executivo do Grupo JBS aponta que 'para as coisas andarem tem que acertar uma propina, um preço' 19 de maio de 2017 | 15:47

Joesley diz que 100% do seu negócio ‘era com o presidente Michel’

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O empresário Joesley Batista, dono da JBS, afirmou à Procuradoria-Geral da República que 100% dos “negócios” dele eram tratados diretamente com o presidente Michel Temer. A afirmação foi feita durante o depoimento prestado no dia 17 de abril, no âmbito de sua delação premiada, no contexto em que Joesley explicava a conversa que teve com o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) sobre o pagamento de propinas ao grupo do PMDB. Quando questionado qual era o grau de conhecimento de Loures sobre a necessidade de manter ‘calmo’ o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Joesley disse que ‘não sabia’. E afirmou: “Quando era com o Geddel (Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo) e o Michel era bastante consolidada a ideia de que todo mundo sabia do que estava acontecendo. Rodrigo eu conheci em uma ou duas conversas. Eu tive com ele umas três vezes. 100% do meu negócio era com o presidente Michel”, afirmou. Joesley explicou o esquema de pagamento de propinas a Eduardo Cunha a partir de contrato com a Petrobrás para fornecimento de gás da Bolívia. Ele disse que com o contrato era possível obter lucro ‘de R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, R$3 milhões por dia’ e acertou com Rocha Loures o pagamento de 5% do lucro obtido. O empresário afirmou que a Petrobrás ‘atrapalhava seus negócios’, uma vez que ele já tinha contrato com o governo boliviano e era obrigado a pagar propinas para que a estatal brasileira repassasse o produto. “Infelizmente, as coisas ultimamente, ou faz, a vários tempos (sic), não funcionam se você não acertar propina com político e acertar uma propina e acertar um preço para as coisas andarem. Mesmo coisas do nosso dia a dia”, disse.

Estadão
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