19 de maio de 2017 | 06:50

Grupos rivais chamam atos anti-Temer

brasil

São Paulo, Rio, Brasília e outras capitais tiveram nesta quinta-feira, 18, manifestações pela renúncia de Michel Temer sob o efeito do pronunciamento em que o presidente afirmou que não entregaria o cargo. No Rio, houve confronto entre jovens mascarados e policiais militares, pondo fim em um ato até então pacífico na Cinelândia, no centro. Os atos foram uma amostra do que deve acontecer no domingo, quando grupos ideologicamente rivais prometem ir às ruas do País. Desta vez, a polarização entre eles será baseada em diretas já versus “obediência à Constituição”. Em São Paulo, o Vem Pra Rua e o MBL marcaram uma manifestação às 14 horas de domingo, na Avenida Paulista – mesmo horário e local em que vai ocorrer um ato organizado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. Durante o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, esses grupos estiveram em lados opostos e, em algumas situações, chegaram a entrar em embates físicos. Agora, existe um aparente consenso em relação à necessidade de renúncia ou impeachment de Michel Temer, mas a concordância não vai muito além desse ponto. O Vem Pra Rua e o MBL, que defenderam a saída de Dilma, vão às ruas pedir a “prisão de todos os políticos acusados de corrupção” e “uma saída constitucional” para o pós-Michel Temer. Ou seja, eleições indiretas (como prevê a Constituição). Já a manifestação da Frente Brasil Popular e do Povo Sem Medo vai gritar por “diretas já” e prega o “fim imediato das reformas trabalhista e da Previdência”. Para o coordenador do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, a manifestação do seu grupo não vai focar em Temer. “Nós queremos que todos os políticos envolvidos em corrupção terminem na cadeia. E, principalmente, pedir que as investigações contra o ex-presidente Lula continuem. Já existem provas suficientes para que ele também vá para a cadeia”, avisa. “Nosso ato é um ato em defesa da Constituição. E a Constituição diz que o que vem a seguir, depois da queda de Temer, são eleições indiretas. O País precisa defender a sua Constituição”, completa Chequer. Por outro lado, Vagner Freitas, presidente da CUT e representante da Frente Brasil Popular, avisa que o movimento convocado por eles vai pedir a realização de eleições diretas o mais rápido possível. “Um governo eleito indiretamente não terá legitimidade. Acreditamos que a saída para o País passa pela legitimação de um governo eleito”, diz Freitas.

Estadão
Comentários