06 de maio de 2017 | 12:45

Funcef tem déficit de R$ 534 milhões com JBS

economia

O fundo de pensão dos funcionários da Caixa (Funcef) registrou perdas de R$ 534 milhões com o investimento que fez na JBS, o maior frigorífico do País, dono da marca Friboi. Ao fim do ano passado, o fundo decidiu vender as ações que tinha na companhia e, por isso, foi possível apurar exatamente o retorno do investimento, feito em 2008. O rendimento do JBS para o fundo, ao longo dos anos, não conseguiu cobrir a chamada meta atuarial (a rentabilidade mínima necessária para cobrir os gastos com os planos de previdência) e, por isso, os beneficiários e a empresa patrocinadora, no caso a Caixa, terão de dividir o prejuízo. Segundo o balancete referente a novembro de 2016, enviado aos participantes do fundo e ao qual o Estado teve acesso, entre o dia 17 de abril de 2008, quando foi feito o investimento, até o dia 6 de dezembro de 2016, data da venda total das ações da JBS, a rentabilidade foi de 65,79%, um pouco abaixo da inflação do período, de cerca de 70%. A meta atuarial total do período foi, no entanto, de 180,48%. Com isso, a diferença entre meta e rendimento auferido foi de “114,69 pontos porcentuais, ou 69,18% em termos efetivos, equivalente a R$ 534 milhões”, diz o balancete. Essa meta atuarial é estabelecida por órgãos reguladores para todos os fundos de pensão e é definida com base em estatísticas que consideram com quanto será necessário contribuir – e por quanto tempo – para que um trabalhador tenha a aposentadoria garantida. A partir da definição da contribuição, é calculado um rendimento mínimo necessário para que, no final, haja dinheiro para todo mundo. Em média, por ano, esses fundos precisam render a inflação mais 6%. Se não render, o fundo gera um déficit que, segundo as regras do órgão fiscalizador, chamado Previc, precisa ser rateado entre os beneficiários e a empresa patrocinadora.

Estadão Conteúdo
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