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José Serra 25 de abril de 2017 | 07:10

Odebrecht pagou marqueteiro de José Serra

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O delator Benedicto Júnior, ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht, entregou aos investigadores uma planilha na qual elenca as obras no estado de São Paulo em que houve pagamento de propina. Uma das obras, segundo o delator, é a Linha 2 do Metrô de onde teria saído um pagamento para a empresa GW Comunicação, do marqueteiro Luiz Gonzalez – responsável por campanhas do tucano José Serra (PSDB). No documento entregue à Lava Jato, BJ não detalha a forma e os valores repassados à GW. O delator apenas informa que foram “localizados pagamentos para a empresa GW”. Mas em um relatório da Polícia Federal produzido com base no material apreendido em um HD de BJ, em uma das fases da Lava Jato, a PF transcreve uma troca de e-mail entre BJ, Marcelo Odebrecht e Fabio Gandolfo, então diretor da empreiteira em São Paulo. Com o título de DGI, segundo a PF sigla utilizada para propina, a mensagem de 30 de agosto de 2004 aborda a programação de pagamento de R$ 2 milhões relacionados a obra da linha 2 do Metrô. “Segue programação L2 para o fim do mês – comunicação=GW – careca=amigo PN – I=R$ 2.000.000,00”, diz a mensagem trocada entre os executivos. Segundo as informações prestadas pelos delatores, “careca” e “amigo PN” são codinomes utilizados para o senador José Serra – o último por conta da relação dele com o ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis (PN). A GW, apontada como destinatário do pagamento, é a mesma que BJ cita em sua delação sem apontar os valores. Naquele ano de 2004, Luiz Gonzalez foi o marqueteira da campanha de Serra à Prefeitura de São Paulo. Segundo a prestação de conta do tucano no Tribunal Superior Eleitoral, a GW recebeu ao menos R$ 1,8 milhão da campanha vitoriosa de Serra.

Estadão
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