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Fachada da Federação das Indústrias do Estado da Bahia 18 de abril de 2017 | 07:24

MP pede auditoria na Fieb ao Tribunal de Contas da União

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O Ministério Público (MP) se manifestou sobre as denúncias contra a presidência da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), feitas pelo vice-presidente expulso Mário Pithon. Em inquérito civil nº 187/2016, o MP pede ao Tribunal de Contas da União (TCU) que “avalie a possibilidade de efetuar auditoria na FIEB, SESI e SENAI”, verificando o “montante dos recursos repassados, (…) conforme definido nos respectivos regulamentos, pelo SESI e SENAI à FIEB, nos últimos cinco anos” e sua efetiva aplicação.

Na semana passada, um mandado de segurança impediu a reintegração do vice-presidente Mário Pithon à diretoria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Impetrada pela presidência da entidade, a medida cautelar foi acatada liminarmente pela desembargadora Maria da Graça Leal. A decisão sustou provisoriamente a sentença da desembargadora Rosita Maia, que determinou o restabelecimento do cargo ao dirigente eleito, alegando que: “(…) gerentes, diretores ou vice-diretores devem exercer seus mandatos de forma livre e independente, podendo, portanto, denunciar quaisquer irregularidades, por ventura, cometidas dentro da instituição”.

A expulsão de Mário Pithon se deu por causa de questionamentos feitos à presidência sobre irregularidades denunciadas por ele. Afirmando que não houve apuração dos fatos, o vice-presidente levou as denúncias ao Ministério Público e acabou exonerado do cargo. O sindicato que ele representa, o Sindipan, também foi eliminado do quadro da Federação. A situação tem sido condenada por conselheiros da Fieb. Paulo Cintra, do Conselho de Representantes, diz que as denúncias deveriam ter sido apuradas e, no caso de serem improcedentes, a medida correta seria interpelar o vice Mário Pithon na Justiça.

Para Cintra, o caso provocou instabilidade na diretoria e o novo estatuto, apresentado pela presidência sem a devida discussão, deu ainda mais poder a quem já tinha poder. Ele ainda observa o fato de o novo estatuto permitir a reeleição da diretoria, quando a própria Fieb, seguindo orientação da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), é contra a recondução nos cargos públicos. O conselheiro Feliciano Monteiro, ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia, por sua vez, propõe o afastamento imediato do presidente Ricardo Alban e cobra a realização de auditoria independente na Fieb para a apuração das irregularidades.

O imbróglio da Fieb, que possivelmente terá eleição no final deste ano, já circula nas redes sociais, onde mensagens denunciam suposta “prática de nepotismo”, “compromissos políticos por causa de dívidas fiscais” e “favorecimentos governamentais em concessões comerciais”. Muitos interesses rondam a instituição, que movimenta anualmente cerca de R$ 600 milhões.

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