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O então governador de São Paulo Paulo Maluf abraça o então presidente João Figueiredo 21 de abril de 2017 | 11:45

Esquema de empreiteira em São Paulo começou com Maluf há quase 40 anos, diz delator

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O ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis afirmou em depoimento de delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF) que a corrupção de agentes públicos e políticos em São Paulo começou no governo Paulo Maluf (1979-1982), hoje deputado federal pelo PP. Odebrecht havia acabado de comprar a CBPO, construtora com forte atuação em São Paulo, quando descobriu que “havia uma estrutura já montada na organização para atender as demandas de campanhas e das obras relativas à caixa 2”. O executivo disse que Maluf, então governador paulista pela Arena, partido de sustentação do regime militar, tinha “participação nos contratos” de obras públicas. “De 80 a 82, nós já encontramos uma relação do Paulo Maluf com a organização da CBPO. Ele já tinha participação nos contratos, um porcentual nos contratos”, afirmou. Ele listou aos procuradores duas obras nas quais tinha conhecimento de pagamento de propina ao então governador pela CBPO. A duplicação da estrada de ferro Campinas-Santos, da Fepasa, e a construção civil da Hidrelétrica de Rosana, conhecida como Porto Primavera, que pertence a Cesp, estatal energética de São Paulo. “Os recursos eram gerados a partir de subempreiteiras que superfaturavam ou partir da compra de terrenos superfaturados”, relatou aos procuradores. Segundo Novis, a construtora pagava propina, por exemplo, para que o governo reajustasse os preços dos contratos por causa da hiperinflação do período, que chegava a superar 80% ao mês. Leia mais no Estadão.

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