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16 de março de 2017 | 08:19

“Votar a favor da PEC é ir contra o governo”, diz Rui

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Em conversa com a imprensa ontem, o governador Rui Costa (PT) criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) a possibilidade de gerar despesas ao Executivo estadual. Sobre a chance de a base aliada votar a favor da matéria, o petista não teve papas na língua. “Conclamo a base a votar contra. Se a oposição não tem bom senso, obviamente apelo pelo bom senso dos deputados da base.Conversei com vários deputados e pedi que quem for da base vote contra. Quem vota a favor quer se colocar contra o governo. Não podemos ter dúvida sobre as finanças do Estado. Não vou tergiversar sobre isso. Não quero a Bahia como outros estados brasileiros. Quem votar a favor eu entendo que está tendo um comportamento de oposição”, declarou.“A Constituição brasileira é clara de que o Parlamento tem suas funções e entre estas funções não está a de impor despesa ao Executivo. Eu fui da Comissão de Finanças em 2011, como deputado federal, e tive a oportunidade de ser relator de dezenas de processos, considerando inconstitucional dezenas de projetos de iniciativa dos parlamentares que davam despesas. Não é só a Constituição estadual que estabelece isso”, prosseguiu o petista. “Estamos em um momento de contenção de despesas. Em uma crise profunda, é o momento de todo mundo dar sua contribuição.Eu já conversei, vou continuar conversando, porque essa medida é inconstitucional. Tanto é inconstitucional que o autor nunca fez na sua cidade quando foi prefeito”, completou, referindo-se ao deputado Luciano Ribeiro (DEM), autor da PEC e que foi eleito após comandar a cidade de Caculé. De acordo com a legislação, apenas o governador pode tomar a iniciativa de elaborar projetos que versam sobre a organização administrativa e serviços públicos que atinjam as despesas estaduais. METRÔ – Rui também falou sobre a “paternidade” do metrô, motivo dos últimos embates com a oposição. “O contrato inicial foi assinado no ano de 1999. O prefeito da época todo mundo sabe quem era, essa obra se arrastou por 13, 14 anos. A obra teve vários apelidos, vocês da imprensa colocaram vários apelidos na obra: metrô calça curta, era muita ironia, muita chacota. Eu fico feliz de quem no passado fazia chacota hoje está se orgulhando”, disse, e completou que a obra tornou-se um sucesso após ser repassada ao Estado. “Isso, considerando a conta-prestação de 30 anos do governo.No total, o governo do estado vai colocar R$ 5 bilhões e o governo federal R$ 2,5 bilhões, incluindo o trecho da obra anterior. Eu sou muito agradecido e quero agradecer ao presidente Lula, que deu inicio a essa obra, com celeridade em 2002. Mas essa obra foi recomeçada graças à presidente Dilma, que deu o ok para que a gente pudesse assumir. Nós estamos muito orgulhosos”, concluiu Rui, durante a cerimônia de entrega de 78 ambulâncias para municípios baianos. O evento contou ainda com o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas.

Tribuna da Bahia
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