Foto: Marco Estrella/Prefeitura de São Paulo
Aumentou em 200% o número de turistas que foram para SP neste carnaval 01 de março de 2017 | 11:00

SP pensa em profissionalizar carnaval de rua e SSA vai sentir impacto

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Impressionado com a magnitude assumida pelo carnaval de rua de São Paulo, cujo número de turistas dobrou este ano, o prefeito João Dória (PSDB) pensa em profissionalizar a folia em 2018, utilizando a Marginal Tietê para organizar a festa, na qual seriam montados camarotes e desfilariam blocos e trios, como acontece há anos em Salvador.

A idéia é estudada por um grupo de assessores próximos de Dória, interessado em reverter a atração em dinheiro para os cofres municipais, por meio principalmente de patrocinadores e da fixação dos paulistas na cidade no período. Exatamente por este motivo, caso a idéia prospere, o carnaval de Salvador deverá sofrer um grande impacto.

Primeiro, porque a concorrência com carnavais de rua – antes uma quase exclusividade baiana – de outras capitais só tem aumentado. Segundo, porque o turista paulista que comparece à festa em Salvador é considerado o de maior poder aquisitivo da festa e poderia, por uma questão de custo e comodidade, decidir ficar em sua própria terra para curtir a folia no próximo ano.

Com menos gente com poder de compra no carnaval baiano, os patrocinadores poderiam rever sua política de investimento para a festa em Salvador, onde blocos, trios e camarotes já vêm enfrentando dificuldades, razão porque o modelo de financiamento da folia começa a ser questionado como um todo.

“Não tenho dúvida de que o modelo do carnaval de Salvador, que jogou sozinho neste mercado por anos, terá que ser integralmente repensado. Os problemas estão para além da crise que afeta a todos e, na verdade, a antecedem”, diz um produtor que atua há anos na festa, preocupado com o impacto de uma eventual investida profissionalizada de São Paulo no setor.

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