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31 de março de 2017 | 19:13

Procuradora-geral da Venezuela rompe com chavismo

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Um dia depois de o Judiciário venezuelano assumir as funções do Legislativo controlado pela oposição, o governo do presidente Nicolás Maduro enfrentou nesta sexta-feira, 31, os primeiros sinais de cisão interna e tentou debelar focos de protesto da oposição com repressão e censura.Em uma rara demonstração de dissidência dentro da cúpula chavista, a procuradora-geral da República Luisa Ortega criticou a ruptura da ordem constitucional. Pequenos focos de protesto contra o governo, em Caracas e outras cidades do país, foram reprimidos pela Guarda Nacional Bolivariana. A coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) acusou o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) de proibir a realização de uma entrevista coletiva na qual a coalizão anunciaria medidas contra a intervenção na Assembleia.A chefe do Ministério Público disse ser sua “missão histórica inolvidável denunciar a “ruptura da ordem constitucional”. “Pedimos reflexão para que o caminho democrático seja retomado”, disse Ortega, responsável, entre outros casos, pelos inquéritos que levaram à prisão e condenação de líderes opositores como Leopoldo López e Antonio Ledezma. Dissidências são raras no chavismo desde que o então presidente Hugo Chávez preferiu reunir em torno de si um grupo de colaboradores leais, ainda que sem projeção política. Nomes da velha guarda chavista como Raúl Baduel, hoje preso, e Henri Falcón, atualmente governador de Lara, migraram para a oposição.A Marea Socialista, facção dissidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV)faz uma oposição de esquerda ao chavismo Desde a posse de Maduro, em 2013, a declaração de Ortega é o primeiro sinal de ruptura no primeiro escalão do governo.

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