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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso 25 de março de 2017 | 08:55

Em livro, FHC critica aliados e adversários

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O terceiro volume da série Diários da Presidência, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que será lançado neste sábado pela editora Companhia das Letras, registra ao longo de 850 páginas o aumento gradual da pressão sobre um governo com baixos índices de popularidade e uma eleição pela frente. As gravações feitas por FHC entre 1999 e 2000 também mostram sua angústia diante de uma guerra fratricida em sua base de apoio (especialmente dentro do PSDB) e esquadrinham o dilema do tucano no penúltimo biênio de sua gestão: manter o “arrocho” da economia ou abrir os cofres para recuperar a aprovação popular. Em um jantar com Pedro Malan, então ministro Fazenda, em junho de 2000, FHC vai direto ao ponto ao dizer que “não há condições sociais” para “manter o arrocho”. E desabafa. “Todos preocupados com a popularidade, que não sobe.” Dois anos antes da eleição presidencial que acabaria elegendo o petista Luiz Inácio da Silva, o então presidente também se ressente pelas negativas da oposição em abrir um canal de diálogo e adotar uma agenda em comum para reformas, como a tributária. “É uma insolência infantil desse pessoal do PT, que não tem condições de governar o Brasil. Qualquer convite, qualquer coisa que implique diálogo, primeiro eles têm que recusar abertamente para ficar bem com o pequeno público. Eu sempre tive desconfiança de quem vive falando de moral”, disse o tucano em meados de 2000. Em alguns momentos, o presidente usa na intimidade do gravador adjetivos que soariam impensáveis ao seu vocabulário na hora de classificar os adversários. Lula e Ciro Gomes são chamados de “mau-caráter”. “Lula é um mau-caratismo mais popular, o Ciro é de classe média. Ciro tem a petulância própria do impostor. Não engulo.” Leia mais no Estadão.

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