Foto: Alex Silva/AE
21 de março de 2017 | 08:02

Consumidor deve ficar atento ao aspecto da carne, dizem especialistas

brasil

O cuidado com a temperatura na conservação de alimentos frescos e perecíveis como a carne é a principal dica de especialistas para os consumidores após a deflagração da Operação Carne Fraca, pela Polícia Federal, na última sexta-feira (17). Doutor em Tecnologia de Alimentos, o professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp,(Universidade de Campinas), Sérgio Pflanzer, afirma que os conservantes utilizados pelas indústrias da carne, mencionados nos relatórios da Polícia Federal, são autorizados pelas autoridades sanitárias brasileiras e não são capazes de modificar a essência dos produtos.Apesar de sugerir recomendações aos consumidores sobre o aspecto dos alimentos, a Proteste – Associação de Consumidores – adotou uma posição mais rigorosa: orienta os cidadãos a não comprarem produtos das empresas envolvidas nas irregularidades. A operação da Polícia Federal bloqueou R$ 1 bilhão de empresas suspeitas de subornar fiscais para que carnes vencidas fossem reembaladas e liberadas para comercialização.Algumas das maiores empresas do ramo alimentício do país estão na mira das investigações, entre as quais a JBS, dona de marcas como Big Frango e Seara, e a BRF, detentora das marcas Sadia e Perdigão.“Foi falado em alguns momentos que a indústria maquiava a carne para comercializar. Essa é uma interpretação errada, no meu entendimento. Com as substâncias aprovadas, isso não é possível. Você não consegue utilizar [aditivos] para mascarar uma carne deteriorada. Visualmente, quando você adiciona algum produto, a carne fica pior do que estava antes”, explicou o professor Sérgio Pflanzer, mencionando conservantes como nitrito, fosfato e os ácidos sórbico e ascórbico [vitamina C]. “Nenhuma dessas substâncias aprovadas consegue mascarar uma carne fresca deteriorada”, afirma.

Agência Brasil
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