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Em depoimento à PF, Luiz Alberto Patzer declarou que, durante um período, 'chegou a receber R$ 8 mil, dos quais ficava com R$ 2.500' 28 de março de 2017 | 07:10

Alvo da Carne Fraca confessa mensalinho desde 2004

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O agente de inspeção Luiz Alberto Patzer, alvo da Operação Carne Fraca, confessou em depoimento à Polícia Federal que recebeu propina da Granjeiro Alimentos S.A.. Luiz Alberto Patzer declarou que os repasses em dinheiro começaram em 2004. A Carne Fraca afirma que Luiz Alberto Patzer ‘auxilia’ o fiscal agropecuário Juarez José Santana – preso preventivamente na operação – ‘na sua atuação à margem da legalidade’. “Confessa que desde o ano de 2004 até o ano de 2010, recebe mensalmente da empresa Granjeiro Alimentos valores que eram repassados a Juarez José Santana; que certa época chegou a receber R$ 8 mil, dos quais ficava com R$ 2.500; que entregava o dinheiro diretamente nas mãos de Juarez José Santana; que sempre entregou diretamente a Juarez Santana sem intermediações de terceiros”, afirmou. Luiz Alberto Patzer relatou receber ‘atualmente’ R$ 1 mil por mês. “Recebe R$ 1 mil por mês há aproximadamente 3 anos”, disse à PF. Alvo da Carne Fraca, o agente foi preso temporariamente na deflagração da operação, em 17 de março, e solto dias depois. Luiz Alberto Pazer declarou trabalhar na Granjeiro Alimentos, SIF (Serviço de Inspeção Federal) 4087, e ser agente de inspeção há 36 anos. O agente declarou ter começado a trabalhar no SIF 4087 a partir de dezembro de 2004. Segundo o agente, ‘a empresa não tem nenhuma irregularidade’. “Trabalha há aproximadamente 10 anos na unidade de Londrina no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, disse, “Recebe vencimentos de R$ 12 mil bruto.” Grampo da Polícia Federal flagrou Juarez pedindo a Patzer ‘para ligar numa empresa para pedir peitos de frango’. O agente de inspeção Sidiomar de Campos, afirma a Carne Fraca, ‘passaria para pegar’. “Mesmo de licença, o fiscal aceitou a incumbência e ligou na empresa pedindo caixas de filés de peito, o que foi concedido”, diz a PF. “Há indícios, portanto, de que Luiz Alberto trabalhe recolhendo propina em forma de dinheiro e de produtos das empresas sob fiscalização, repassando os frutos da colheita ao chefe do setor integrante da Organização Criminosa em Londrina, no Paraná, Juarez Santana.”

Estadão
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