18 abril 2024
A articulação política de ACM Neto (DEM) lançou uma ofensiva para atrair o superintendente do Procon, Marcos Medrado, para o grupo do prefeito e fortalecer a bancada alinhada ao gestor democrata na Câmara dos Deputados.
Esta semana, o secretário de Governo do prefeito, João Roma, teve uma demorada conversa com Medrado na qual lhe renovou o convite para migrar, o que implicaria em seu desligamento do grupo do governador Rui Costa (PT).
A contrapartida seria o retorno da deputada federal Tia Eron (PRB) para a secretaria municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), o que abriria uma vaga para Medrado, que é suplente, assumir o mandato de deputado federal.
A deputada federal deixou a secretaria para votar na eleição do democrata Rodrigo Maia (DEM) à presidência da Câmara dos Deputados, mas, propositadamente, até agora não retomou seu posto na secretaria, impedindo a posse de Medrado.
A oportunidade se abriu para o superintendente do Procon com a ida do tucano Antonio Imbassahy para a secretaria de Governo do presidente Michel Temer (PMDB), espaço preenchido pelo ex-vereador Pastor Luciano, já empossado na Câmara. Por isso, a vaga para Medrado se abriria com a saída de Eron da Câmara.
Os articuladores políticos de Neto sentiram que Medrado está sensível ao convite. O problema seria a forte relação pessoal que seu filho, Diogo Medrado, presidente da Bahiatursa, outro órgão do governo estadual, tem com o governador Rui Costa (PT).
Na hipótese de Medrado aderir, Diogo correria o risco de perder o cargo. Por este motivo, Roma, inclusive, recuou na idéia inicial de negociar também o ingresso de Medrado no DEM, abrindo a possibilidade de ele ir para outra legenda.
O superintendente do Procon teria como alternativa ainda voltar para o Solidariedade, partido da base do presidente Michel Temer (PMDB). Hoje, Medrado está no PR, partido aliado do governo Rui Costa na Bahia, o que não interessa ao time de ACM Neto.
Na Prefeitura, se avalia que Diogo seria o único impedimento de Medrado porque a proposta é vista como irrecusável. Afinal, os dois anos de mandato que lhe restam representam tempo suficiente para o desfrute de qualquer candidato que não tenha conseguido se eleger.
Além disso, o superintendente do Procon tem visto em postos chaves do governo Temer vários amigos seus, a exemplo do secretário de Governo Antonio Imbassahy, de quem foi vice-prefeito, o que representaria inúmeras facilidades, inclusive, para seu plano de reeleição, em 2018.