25 abril 2024
Estudantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade representativa dos alunos do curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP), entregaram ao Senado Federal um abaixo-assinado com cerca de 270 mil assinaturas contra a indicação de Alexandre de Moraes para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes será sabatinado pelos senadores nesta terça-feira, 21. A estudante Paula Masulk, 22 anos, esteve no Senado nesta segunda-feira, 20, acompanhada de outros três colegas do curso de Direito, para entregar o documento. O abaixo-assinado teve adesão de pessoas externas à comunidade acadêmica e alcançou as 270 mil assinaturas nesta manhã de segunda-feira. Como o documento é virtual, as assinaturas ainda estão sendo colhidas e a quantidade pode aumentar. “Queremos trazer a posição da sociedade civil, que aderiu em massa ao abaixo-assinado. Acreditamos que Moraes não cumpre os requisitos para o cargo de ministro do Supremo. Espero que a nossa contribuição traga um contraponto aos senadores na sabatina e mostre a insatisfação da sociedade com esta indicação”, disse Paula. De acordo com aqueles que subscrevem o texto, Moraes não possui “possui postura ilibada”, tem posições partidarizadas e protagonizou desrespeitos aos princípios fundamentais da Constituição. A carta cita como exemplo o adiantamento de informações feito pelo ministro em comício da campanha de Duarte Nogueira (PSDB) à prefeitura de Ribeirão Preto no ano passado. “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem (nova fase da Lava Jato) esta semana, vão se lembrar de mim”, disse o ministro à época. Em seguida, o ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi preso na operação.O abaixo-assinado aponta ação “truculenta” de Moraes enquanto Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo contra a ocupação de estudantes secundaristas sem mandado judicial. O texto pondera ainda que, por ter apenas 49 anos, Moraes pode ser ministro durante 26 anos e argumenta que é um longo tempo para que alguém goze do poder da mais alta Corte do País em um regime democrático.
Estadão