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O prefeito ACM Neto é candidato à sucessão estadual de 2018 23 de janeiro de 2017 | 11:00

O dilema de ACM Neto em relação à Assembleia

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A disputa pela presidência da Assembleia Legislativa entre dois pesos pesados da política baiana tem produzido um dilema na oposição e, em especial, em seu líder ACM Neto (DEM). O prefeito de Salvador sabe que está diante de um quadro em que, a depender da opção, poderá fortalecer o atual presidente, Marcelo Nilo (PSL), candidato à reeleição, ou o senador Otto Alencar (PSD), mentor da candidatura do deputado estadual Angelo Coronel (PSD).

A oposição considera que o apoio ao atual presidente elevaria em 99% as chances de ele se eleger. E ainda tem dúvidas sobre se o voto fechado em Coronel pode dar efetivamente a vitória ao grupo de Otto, principalmente por causa do sufrágio secreto, o que facilita imensamente as chances de traição. Mas os questionamentos não passam exclusivamente pela questão numérica que garantirá a vitória a um ou a outro grupo, sendo apenas a parte mais visível deles.

Na verdade, se trata de decidir empoderar Otto ou Nilo no quadro político atual, a um ano da sucessão estadual. A oposição acha difícil, por exemplo, que, mesmo dando a vitória a Coronel, possa atrair Otto para seu projeto em 2018, quando Neto sairá candidato ao governo contra Rui Costa (PT). Isso porque o senador do PSD não costuma trair e, além disso, tem sido contemplado com grande espaço no governo estadual, como a mais recente reforma administrativa mostrou.

Além disso, a situação atual é favorável a que o senador indique o vice na chapa com que Rui disputará a reeleição, na qual já tem cadeira cativa como candidato ao Senado o novo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner (PT), e é avaliada com carinho, para a outra vaga à senatória, a candidatura do atual vice-governador, João Leão (PP). É para ficar em condições de igualdade com Otto e Leão e poder disputar vaga na chapa que Nilo quer a reeleição.

É claro que, sem a presidência na mão, não conseguirá pleitear vaga na chapa de Rui. O quadro mudaria caso se mantenha no poder, o que significa que Neto e a oposição podem não ver vantagem em ajudá-lo a se reeleger. Mas e se Nilo em 2018 vier a ser novamente excluído da chapa do governador, como aconteceu em 2014, quando foi preterido em favor de João Leão e quase rompeu com o grupo do governo? Não surgiria aí espaço para Neto afastá-lo definitivamente de Rui?

De fato, levando em conta que foi convidado uma vez e não topou, naquela época, a integrar a chapa liderada pelo DEM, nada impede que Nilo receba o convite de novo em 2018 e, desta vez aceite. Reside aí o dilema de Neto. É o que dizem na oposição.

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