04 de dezembro de 2016 | 12:43

Terreiro do Bate Folha comemora cem anos com programação cultural

bahia

Comemorando cem anos, o Terreiro do Bate Folha, no bairro da Mata Escura, em Salvador, preparou uma intensa programação para este sábado (3) e domingo (4). E, como todo aniversariante, a comunidade religiosa também foi presenteada, com a assinatura de um convênio com o Governo do Estado, por meio da Fundação Pedro Calmon (FPC), para a construção do Memorial Terreiro do Bate Folha. Os festejos já começaram na manhã deste sábado e, até o final da comemoração, mais de 200 pessoas devem passar pelo local e participar das atividades. Com apoio da FPC, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), nos dois dias de festa serão realizadas apresentações culturais de teatro, dança, música, poesia, além de exibição de documentário, feira de artesanato e uma exposição fotográfica. Tudo planejado para contar a história centenária da casa e para proteger não só a memória do lugar, mas principalmente o legado da religião do culto afro-brasileiro de Nação Congo-Angola na Bahia. Para o Pai Cícero Lima, o Tata Muguanxi, responsável pelo terreiro, comemorar cem anos é também relembrar a resistência de um povo de fé e que abraça todas as etnias. “Imagine, cem anos atrás, um negro comprar uma área de 155 mil metros quadrados, dedicar ao candomblé e fazer o registro público? Então essa celebração é também uma lembrança da resistência do povo negro, dos mais velhos desta casa, que durante esse tempo inteiro resistiu e passou adiante esses ensinamentos. É uma luta que começou com os negros e agora é de todos, uma prova disso é a representação da minha figura, um homem branco, que, depois desses cem anos de fundação, vem tomar conta da casa. Uma prova que a nossa religião é africana e começou com o povo negro, mas não tem preconceito, não tem barreiras, não tem cor”, destacou Pai Cícero.

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