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Presidente do PSDB, senador Aécio Neves 03 de dezembro de 2016 | 08:30

PSDB recusa Secretaria de Governo e quer protagonismo na economia

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Com o governo acuado por uma sucessão de crises políticas e pressionado pelo cenário de retração na economia, o presidente Michel Temer tenta repactuar sua gestão dando mais espaço para o PSDB. Temer ofereceu à legenda tucana a articulação política, mas a pasta da Secretaria de Governo – vaga desde a saída de Geddel Vieira Lima – foi recusada. A intenção do PSDB é ter influência na área econômica, considerada determinante para o sucesso da gestão. O posto que era ocupado por Geddel é considerado pelo PSDB como uma fonte de desgaste, que não atende a expectativa do partido, principal aliado do governo do peemedebista no Congresso. A demanda dos tucanos é ter protagonismo na formulação da política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Líderes do PSDB garantem que a sigla não age para desestabilizar o titular da Fazenda. Mas, segundo o Estado apurou, entre as possibilidades apresentadas a Temer está a de um nome do PSDB assumir o Ministério do Planejamento numa futura reforma ministerial, que aconteceria no início do próximo ano. Atualmente, a pasta é comandada por Dyogo de Oliveira, que não pertence a nenhum partido político e deve ser oficializado no cargo após ficar por seis meses como interino. A medida a ser divulgada nos próximos dias é uma forma de Temer respaldar a atual equipe liderada por Meirelles, que passou a ser alvo de críticas após os indicadores mostrarem que a atividade econômica continua em queda. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no terceiro trimestre deste ano o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,8% em relação ao trimestre anterior. É a sétima retração seguida nessa base de comparação – a mais longa de toda a série histórica do indicador, que teve início em 1996. A efetivação de Oliveira, contudo, não é garantia de permanência para o próximo ano. O Planejamento já esteve na mira do PSDB. Logo após Temer assumir interinamente a Presidência, em maio, um dos nomes cogitados para ocupar o Planejamento foi o da economista Ana Carla Abrão Costa, atual secretária de Fazenda do Estado de Goiás, comandado por Marconi Perillo (PSDB). Antes de assumir a cadeira estadual, Costa ocupou uma das diretorias do Itaú Unibanco. A secretária também é casada com o economista Pérsio Arida, um dos idealizadores do Plano Real.

Estadão
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