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Câmara está em ebulição com a discussão sobre aumento de salários dos vereadores e prefeito 16 de dezembro de 2016 | 08:48

Posição de Neto contra aumento salarial enlouquece vereadores

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Não é pequena a confusão na Câmara Municipal com relação ao desejo dos vereadores de aumentarem seus próprios salários. O problema se instalou depois que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), anunciou ontem, durante sua diplomação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que considera aumento salarial de políticos neste momento descabido e, inclusive, revelou que ele, seu vice, Bruno Reis (PMDB), os secretários municipais e a equipe que trabalha sob cargo de confiança na Prefeitura não terão elevação em seus vencimentos, mesmo que os vereadores a aprovem.

Os vereadores desejam desesperadamente a majoração, que dizem ser apenas uma reposição das perdas inflacionárias, alegando que, se deixarem passar a oportunidade de promover o reajuste nesta legislatura que acaba em 31 de dezembro, ficarão sem qualquer aumento nos próximos quatro anos. Também mobilizam categorias como a dos Procuradores e dos Fazendários com o objetivo de obter apoio político para pressionar pelo aumento. A elite do funcionalismo municipal recebe hoje pelo teto dos salários pagos na Prefeitura e precisa ver ele elevado com o aumento dos vencimentos do prefeito para, indiretamente, poder melhorar os próprios salários.

Depois de, no princípio da semana, ter sustado o projeto que autoriza a majoração, o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Câmara (PSDB), se encontra hoje contra a parede. É grande a pressão dos colegas para que reveja a posição e coloque o aumento em pauta em caráter de urgência de forma a que possa ser apreciado e aprovado antes do recesso do fim do ano. Paulo é acusado de ter tomado a medida exclusivamente como um plano de vingança contra os vereadores que lhe tiraram apoio para tentar a reeleição para presidente da Câmara Municipal nas eleições marcadas para o início de janeiro de 2017. Agora, não se sabe qual será sua saída.

Os vereadores de Salvador não acreditam que colherão algum desgaste por defenderem o aumento de seus salários num quadro de recessão que tem levado mais de 12 milhões de pessoas ao desemprego e ampliado a dificuldade para que trabalhadores menos privilegiados obtenham qualquer tipo de aumento neste cenário. Tampouco acreditam que haverá reação da população contra eles e a Câmara mais antiga do país. Neste fim de ano, tentativas de aumento – algumas mal-sucedidas – se espalham por várias Casas Legislativas municipais do país, inclusive no interior da Bahia. É aquela história: Farinha pouca, meu pirão primeiro…

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