Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Sérgio Moro 21 de outubro de 2016 | 06:55

‘Processos não podem ser um faz de conta’, afirma Sérgio Moro

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O juiz federal Sérgio Moro defendeu nesta quinta-feira, 20, que “processos não podem ser um faz de conta” e que a aplicação da lei e reformas são as condições para o enfrentamento à “corrupção sistêmica” descoberta por investigadores da Operação Lava Jato. As afirmações foram feitas um dia depois de mandar prender o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no escândalo Petrobrás. “A condição necessária para superar a corrupção sistêmica é o o funcionamento da Justiça. Os processos não podem ser um faz de conta”, declarou Moro, em palestra para desembargadores e juízes da Justiça Estadual, no Paraná. O tema da palestra: “corrupção sistêmica”. “Tem que haver uma aplicação vigorosa da lei nesses casos. Claro que dentro do processo legal, claro que respeitando os direitos fundamentais do acusado, ninguém propõe alguma espécie de solução autoritária, mas é preciso ter vontade nesses processos para que eles cheguem a um bom termo”, disse o magistrado, aplaudido pelos pares de toga do judiciário estadual. Moro mandou prender Cunha depois de receber do Supremo Tribunal Federal (STF), ação penal que continha pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República. O juiz considerou em seu despacho que a “cassação não suprimiu os riscos que ensejam a prisão, até porque o ex-deputado agiu por intermédio de terceiros, inclusive agentes que não são parlamentares”. Presidente da Câmara dos Deputados e homem forte do PMDB, Cunha foi delatado na Lava Jato pelo doleiro Alberto Youssef e pelos lobistas Julio Camargo e Fernando “Baiano” como recebedor de parte das propinas destinada ao seu partido. Cassado em 12 de setembro por quebra de decoro parlamentar, ele perdeu o mandato e o direito ao foro privilegiado e a garantia de ser preso apenas em flagrante delito. Leia mais no Estadão.

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