Foto: MP-BA
Promotor disse que grupo estava sendo investigado desde fevereiro 04 de outubro de 2016 | 19:16

Esquema envolvendo ex-desembargadores cobrava 5% de propina, diz promotor

bahia

Os dois ex-desembargadores e três advogados investigados pela Operação “Leopoldo”, deflagrada hoje pela manhã pelo Ministério Público Estadual em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, teriam cobrado 5% de propina sobre o valor de um processo envolvendo o espólio de Leopoldo Batista de Souza e o Bradesco estimado mais de R$ 500 milhões que, no entanto, não foram pagos. A denúncia que desencadeou a Operação teria sido feita ao MP por familiares do falecido, indignados com a abordagem sofrida por parte do grupo para que fossem vitoriosos no pleito. O relato foi feito agora à tarde, em coletiva à imprensa, pelo promotor Luciano Taques Ghigone, que não deu, entretanto, o nome dos investigados, limitando-se a confirmar que a relatora do processo, a ex-desembargadora Daysy Lago Ribeiro Coelho, é um dos alvos da Operação, da mesma forma que um ex-magistrado seu colega, segundo ele, responsável pela abordagem. “O falecido tinha títulos de crédito contra uma instituição financeira e os herdeiros regataram esses títulos e entraram com a cobrança. Eram títulos muito antigos, cuja atualização monetária e os juros levam a causa a valores estratosféricos”, explicou. Como a sentença não foi proferida, os valores indevidos não foram pagos. “Contrariamente à vontade deles, essa causa acabou sendo objeto junto ao Superior Tribunal Justiça”, disse Ghignone. As investigações começaram no dia 19 de fevereiro deste ano e o MP-BA ainda vai dar sequência à apuração com os objetos e documentos colhidos na manhã de hoje.

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