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Os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci 26 de setembro de 2016 | 14:15

Lava Jato: é razoável que Palocci tenha papel maior que Dirceu a partir de 2008

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O delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, da força tarefa da Lava Jato, disse que, a partir de 2008, quando constam os primeiros pagamentos da planilha nomeada “italiano”, que se refere ao ex-ministro Antonio Palocci, segundo a PF, “é razoável concluir que Palocci tenha papel maior que Dirceu” no esquema de propinas. As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa sobre a 35ª fase da operação Lava Jato, nomeada Omertà. A procuradora da República, Laura Tesler, complementou que a investigação é bastante dinâmica e que não dá para dizer que já se chegou ao topo do esquema de propinas na Petrobras. “A cada dia temos mais informações, certamente outros personagens vão aparecer, é muito cedo para dizer que chegamos aos maiores chefes do esquema”, afirmou. Sobre os desdobramentos da operação, o delegado comentou que Palocci já é investigado em processos específicos e que, no momento, o foco é a relação do ex-ministro com a Odebrecht. “A dimensão dos fatos criminosos entre Palocci e Odebrecht é o nosso foco no momento”, disse o delegado. O delegado ainda lembrou que as interferências não se resumem à Petrobras. “Desvendou-se hoje uma atuação bem forte e duradoura do Palocci em interferências na Petrobras e em outras esferas da administração pública federal.” Pace ainda afirmou que a empresa do ex-assessor de Palocci, Juscelino Dourado, pode ter sido usada para pagamentos ilícitos. “A empresa existia apenas no papel.” Segundo o delegado, o endereço da empresa era o mesmo da residência de Dourado e, analisando as transações bancárias, observou-se recebimento de valores do pecuarista José Carlos Bumlai e do ex-presidente da Odebrecht, antes de Marcelo Odebrecht, Pedro Novis.

Estadão Conteúdo
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