Foto: Divulgação
ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes 24 de agosto de 2016 | 15:15

Juízes afirmam que Gilmar Mendes age contra a Lava Jato

brasil

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) publicou uma nota de repúdio às declarações feitas na terça-feira, 23, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, contra o Ministério Público. Mendes criticou, entre outras coisas, o excesso de vantagens recebidas por juízes de instâncias inferiores, dizendo que o Judiciário se aproveita da sua autonomia financeira e administrativa para fazer “seu pequeno assalto”. Segundo a associação, Mendes se aproveitou da visibilidade da Operação Lava Jato para buscar “espaço midiático”. “É lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no País, milite contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim, e utilize como pauta a remuneração da magistratura. O ministro defende financiamento empresarial de campanha e busca descredibilizar as propostas anticorrupção que tramitam no Congresso Nacional, ao invés de colaborar para o seu aprimoramento”, diz a nota da AMB. No texto, o presidente da Associação, João Ricardo Costa, fez diversas insinuações contra Mendes. “A AMB repudia que autoridades se aproveitem de um momento tão fundamental para a democracia para buscar espaço midiático, desrespeitando as instituições”, declarou. “Sustentamos outro conceito de magistratura, que não antecipa julgamento, não adota orientação partidária, que não exerce atividades empresariais, que respeita as instituições e, principalmente, que recebe somente remuneração oriunda do Estado”, continuou. A AMB alega que os magistrados possuem “limitações legais” que os impedem de ter outras fontes de renda além da remuneração pelo exercício dos seus cargos. “A AMB considera inadmissível qualquer ataque vindo de autoridades e instituições ligadas ou não ao Poder Judiciário. Não serão aceitas manifestações deselegantes e afrontosas, ainda mais feitas por integrantes do Judiciário que não iniciaram carreira na primeira instância.”

Estadão Conteúdo
Comentários